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Joilson Gouveia* |
Ressabido,
público e notório que um “país se faz com homens
e livros”, conforme assestado por Monteiro Lobato nos
Século e Milênio findos, quando o nosso Brasil ainda não havia sofrido uma
inescrupulosa, ignominiosa, insidiosa ou criminosa, monstruosa, ampla,
irrestrita e degenerada “Invasão Vertical
dos Bárbaros”*- tão bem retratada por Mário Ferreira dos Santos. – Ver in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2017/02/em-defesa-dos-caetes-historia-exige-e.html.
A dita cuja
ter-se-ia implementada aqui no Brasil, através dos paulatinos, sorrateiros,
dissimulados e tenazes tentáculos dominadores e dominantes do sonso, insólito e
sórdido escólio de Antonio Gramsci, os quais substituíram aos ensinamentos, estratégias, métodos e
práticas subversivas terroristas leninistas/marxistas/stalinistas, que foram impostos por Che Guevara e Fidel Castro, naquela ilhota caribenha
desde 1959, por vias de guerras de guerrilhas (rural e urbana), as
quais, aqui restaram derrotadas por diversas vezes e nas várias intentonas
comunistas, mormente nas décadas de trinta a sessenta: quando fomos salvos
pelos intrépidos, aguerridos, honrados, honestos e bravos militares
patriotas, que atenderam aos apelos instados pela odiada classe média ou burguesia e
Congresso Nacional de antanho, com o incontinenti CONTRAGOLPE ao
iminente golpe do proletariado urdido, anelado e intentado por comunistas/socialistas,
em 1964.
O contragolpe
dos militares de 1964, o qual proporcionou-nos a todos cidadãos e
cidadãs mais de 21 anos de evolução, educação, crescimento, desenvolvimento,
progresso, tranquilidade e segurança social: éramos felizes; e como fomos felizes até a anelada debacle redemocratização.
– Reitere-se:
Fomos felizes, de 1964 a 1985. Havia homens e livros nessa
época, mas nem todos os homens leram a todos os livros, revistas
e jornais.
Entrementes, a
despeito de fragorosamente derrotados nas diversas lutas armadas, os comunistas
jamais desistiram da CAUSA: do anelado comunismo. E “Comunismo”,
como bem lecionado por Olavo de Carvalho, in “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, senão vejamos, a saber:
· “é apenas uma construção hipotética destituída de
materialidade, um nome sem coisa nenhuma dentro, um formalismo universal
abstrato que não escapa ileso à navalha de Occam. Não existiu nem existirá
jamais uma economia comunista, apenas uma
economia capitalista camuflada ou pervertida, boa somente para sustentar uma gangue de sanguessugas
politicamente lindinhos.”
Diz-nos
mais ainda:
· “Se todos os meios de produção são estatizados,
não há mercado. Sem mercado, os produtos não têm preços. Sem cálculo de preços,
não há planejamento econômico. Sem planejamento, não há economia estatizada.”
· “Desde que Ludwig von Mises explicou essas obviedades em 1922, muitas
consequências se seguiram.”
· “Os líderes comunistas, por mais burros que fossem, entenderam
imediatamente que o sábio austríaco tinha razão, mas não podiam, em público,
dar o braço a torcer. Tolerando doses cada vez maiores de capitalismo legal ou
clandestinos nos territórios que dominavam, continuaram teimando em buscar um
arranjo que maquiasse o inevitável. Eduard Kardelij, ministro da Economia da
Iugoslávia, chegou mesmo a imaginar que seria possível uma comissão de
planejadores iluminados determinar um a um, por decreto, os preços de milhões
de artigos, desde aviões supersônicos até agulhas de costura. A ideia jamais
foi levada à prática, porque se assemelhava demasiado ao método português de
matar baratas jogando uma bolinha da naftalina em cada uma. Os soviéticos
permitiram que o capitalismo oficialmente banido continuasse na sombra e
respondesse por quase 50% da economia da URSS. Daí o enxame de milionários
que emergiram da toca, da noite para o dia, quando da queda do Estado
soviético: eles jamais teriam podido existir
num regime de proibição efetiva da propriedade privada.
· Alguns grandes capitalistas ocidentais
tiraram da demonstração de von Misses algumas conclusões mais agradáveis (para
eles próprios). Se a economia comunista era impossível, todos os esforços
destinados nominalmente a criá-la acabariam gerando outra coisa. Essa outra
coisa só poderia ser um capitalismo oculto, como na URSS, ou um socialismo
meia-bomba, uma simbiose entre o poder do Estado e os grupos econômicos mais
poderosos, um oligopólio, em suma. As duas hipóteses prometiam lucros formidáveis, aquela pela
absoluta ausência de impostos, esta pela garantia estatal oferecida aos amigos
do governo contra os concorrentes menos dotados. Se a primeira ainda comportava
alguns riscos menores (extorsão, vinganças pessoais de funcionários públicos
mal subornados), a segunda era absolutamente segura.
· Foi então que um grupo de bilionários criou o
plano estratégico mais maquiavélico da história econômica mundial – inventaram
a fórmula assim resumida pela colunista Edith Kermit Roosevelt (neta de
Theodore Roosevelt): ‘A melhor maneira de
combater o comunismo seria uma
nova ordem socialista governada por ‘especialistas’ como eles próprios’.
Essa ideia espalhou-se como fogo entre os membros do CFR – Council on Foreign Relations, o poderoso think tank nova-iorquino. A política
adotada desde então por todos os governos americanos (exceto Reagan) para com o
terceiro mundo, na base de combater a ‘extrema esquerda’ mediante o
apoio dado à ‘esquerda moderada’, foi criada diretamente pelo CFR. O esquema era infalível: se os ‘moderados’
vencessem a parada, estaria instaurado o monopolismo;
se os comunistas subissem ao poder, entraria automaticamente em ação o Plano B,
o capitalismo clandestino. A ‘extrema esquerda’,
apresentada como ‘o’ inimigo, não era na verdade o alvo visado; era
apenas a mão esquerda do plano. O
verdadeiro alvo era o livre mercado, que deveria perecer sob o duplo ataque
de seus inimigos e de seus ‘defensores’ os quais, usando o espantalho da
revolução comunista, o induziam a fazer concessões cada vez maiores ao
socialismo alegadamente profilático da esquerda ‘boazinha’.
· Reduzir o leque das opções políticas a uma
disputa entre comunistas e socialdemocratas tem sido
há meio século o objetivo constante dos bilionários inventores da nova ordem
global. O Brasil de hoje é o laboratório dos seus sonhos.” (Sic.) - Loc.
cit. p. 167/168 “Quem foi que inventou o Brasil” *. Zero Hora, 11 de junho de 2006.
No Brasil, além
de olvidarem ou desdenharem, menoscabarem ou, na pior das hipóteses, não
entenderem Ludwig von Mises e à “Invasão Vertical dos
Bárbaros”, os homens de então deixaram-se levar pelos renitentes,
tenazes, sequazes séquitos gramscistas ao tolerarem (aquiescendo
ou cedendo ou não evitando nem proibindo – apesar da alegada censura) às ideias
de redemocratização, reabertura política, a anistia ampla, geral e irrestrita
aos guerrilheiros evadidos e, sobretudo, ao aceitarem, permitirem e reconhecerem
a “criação” de um partido que se
dizia dos trabalhadores.
- Eis que, Golbery
do Couto e Silva, grassa erro crasso ou ignaro e pueril ao não vislumbrar e
até sugerir uma terceira opção político-partidária, mormente ao olvidar:
· “onde quer que um partido imbuído da ambição revolucionária de
mudar a sociedade de alto a baixo ascenda ao poder, usando para isso os
pretextos mais respeitáveis da moralidade convencional – como o fez o PT ao longo da sua fulgurante carreira
de denunciador da corrupção alheia -, a
imoralidade e o crime se imporão logo em seguida, não como desvios e aberrações, mas como
instrumentos preferenciais para demolir o senso estabelecido da moral e da
justiça e, na subsequente confusão geral das consciências, impor um novo
padrão de julgamento, onde a vontade revolucionária é o
critério supremo e único do bem e da verdade.”
· “Tudo isso está ocorrendo bem diante dos olhos sonsos e cegos de
uma opinião pública que não apenas se contenta,
mas entra em êxtase quando o partido
criminoso entrega à justiça seus agentes menores para preservar-se
politicamente, limpando-se na sua própria sujeira,
como sempre.” (Sic.)
Loc. cit. p 489. - sem grifos no original.
- Quantos dos
já investigados, processados, julgados, condenados e presos, por envolvimento
no mensalão, foram expurgados do tal
partido? No mais da vez, são tidos como verdadeiros heróis da causa? Erguem seus punhos
cerrados e posam de impolutos paladinos!
Eis o que nos
leciona Olavo de Carvalho sobre os indigitados mensaleiros, a saber:
· “Agora que os mensaleiros estão no
fundo do poço, não cessam de erguer-se vozes indignadas de petistas, comunistas
e socialistas fiéis que os condenam como oportunistas e traidores. Mas
por que deveria algum líder ou militante ser atirado à execração pública pela
simples razão de ter cumprido à risca a sua obrigação de revolucionário? Não é
certo que a estratégia marxista-leninista ordena e determina não só atacar o
Estado burguês desde fora, mas corrompê-lo desde dentro sempre que possível
para em seguida acusá-lo de depravado e ladrão e substituí-lo pelo
partido-Estado? Não é notório que, na concepção mais ampla e sutil de Antonio
Gramsci, inspirador e guia da nossa esquerda há meio século, a corrupção não
basta, sendo preciso estendê-la a toda a sociedade, quebrantar e embaralhar
todos os critérios morais e jurídicos para que, na confusão geral, só reste
como último símbolo de autoridade a vontade de ferro da vanguarda partidária? Não
é óbvio e patente que, se na perspectiva gramsciana o Partido é o ‘novo Príncipe’, ele tem
a obrigação estrita de seguir os ensinamentos de Maquiavel, usando da mentira, da trapaça,
da extorsão, do roubo e do homicídio na medida necessária para concentrar em si
todo o poder, derrubando pelo caminho leis, instituições e valores?
· Na perspectiva marxista, nenhum
dos artífices do mensalão fez nada de errado, exceto o crime hediondo de
deixar-se descobrir no final, pondo em risco o que há de mais intocável e
sagrado: a boa imagem do Partido e da esquerda em geral.” (…)
· “Uma vez que se abandonou a via da revolução armada – não por reverência a vida humana, mas por mera
oportunidade estratégica -,
que outro meio existe de instaurar a ‘autoridade onipresente e
invisível’ senão a corrupção sistêmica dos adversários e concorrentes.” (…)
· “Os mensaleiros não são, é claro, bodes expiatórios inocentes. São culpados
parciais incumbidos de pagar sozinhos pela culpa geral de uma organização que
há trinta anos vem usando do discurso moral, com notável eficiência, como
disfarce e instrumento do crime.”
· “Os que agora tentam se limpar neles são ainda piores. Pois o que
fazem é tentar levar o povo a esquecer que os mensaleiros de hoje são os moralistas de ontem, os mesmo que,
nas CPI’s dos anos 1990, brilharam como paladinos da lei e da ordem, enquanto já
iam preparando, sob esse manto cor-de-rosa, o esquema de poder monopolístico do
qual o mensalão viria ser nada mais que instrumento. E para que fariam isso, se
não fosse para aplanar o terreno para novos e maiores crimes?” (Sic.) - Sem
destaques no original. - In artigo “Depois
do mensalão”, editado no Diário do Comércio, datado de 17 de outubro de
2012. Loc. cit. p. 490/491. Visionário?
Notem bem: estão aí presentes o PTrolão e todos os demais
fatos e feitos interligados descobertos pela Operação Lava-Jato.
Enfim, como bem
destacara em N. do Org. 12, p. 493, da referida obra de Olavo de Carvalho, sobre o PT:
· “O PT é um partido ladrão porque é um partido revolucionário,
filiado a uma tradição de amoralismo maquiavélico que, pelo menos desde a
revolução Francesa, com intensidade crescente desde a Primeira Internacional de
1864 e mais ainda desde a fundação do Partido Social-democrata de Lenin,
sempre achou que era seu direito e até sua obrigação, financiar a si próprio
por meio de assaltos, de sequestros, de extorsões, de desvio de dinheiro
público, bem como de uma infinidade de negócios capitalistas legais e ilegais,
cujo volume total faria inveja a seus mais reacionários inimigos burgueses. (…)
Revoluções custam caro. O revolucionário Parvus, que enriqueceu com mil e um
negócios na Turquia, já ensinava em 1914: ‘A melhor maneira de derrubar o capitalismo é nós mesmos nos
tornarmos capitalistas.’ Não foi lulinha quem descobriu
essa fórmula. (…) Os ricos
não serão destruídos pelo pobres. Serão destruídos pelos mais ricos.”
[Olavo de Carvalho, “PT, o partido dos
ricos”, Diário do Comércio, 21 de janeiro de 2008 – http://www.olavodecarvalho.org/semana/080121dc.html].
Abril
*JG