Joilson Gouveia* |
*Texto de Mário Ferreira dos Santos, 1907-1968. “A Invasão Vertical dos Bárbaros”
p.118/119. Apresentação Luiz Felipe Pondé – São Paulo: É realizações, 2012. –
(Coleção abertura cultural), a saber:
·
“Há, no pensamento
moderno, uma série de retornos à esquemática infantil, que são genuinamente
fetichistas. Vamos a
alguns exemplos: a criança dos dois a três anos costuma dar nomes às
coisas. Seu pensamento é meramente nominalista. Quando o filodoxo moderno que pretende
fazer filosofia defende o nominalismo, volve ele a uma esquemática infantil e
bem fetichista. Quando o materialista admite que a matéria bruta pode ser a
fonte de todas as perfeições posteriores, é fetichista. Quando o
evolucionista afirma que o mais vem do menos, admitindo que haja perfeições
posteriores, não contidas no que antecede, é fetichista. Aquele médico que
julga que a saúde pública é tudo, e que com ela se resolvem todos os problemas
sociais, é fetichista, e fetichista são os que julgam que para tal basta o voto
secreto, outros a alfabetização, outros apenas a técnica, outros apenas a ciência,
e assim por diante. Todos são fetichista e, portanto, bárbaros; padecem de um
preconceito bárbaro, porque abstraem, separam, quando o culto consiste em unir,
entrosar, conexionar*, concretizar. - * Assim no original, em vez de
conectar. O autor ressalta o sentido primeiro de conexão. (N.E.)
·
Há homens que dizem
que só creem no que os sentidos podem captar. Como doxa,
está certo, pode-se admitir que alguém pense assim, pois há possiblidades
inauditas no homem para pensar as coisas mais abstrusas. Mas quando ele quer
transformar o conhecimento sensível coo fundamento de todo conhecer, e que fora
dela nada pode haver, está desbordando os limites, extraindo das suas premissas
as consequências que estão além delas, que as ultrapassam. Isso é fetichismo.
·
Quando o pobre
alienado mental afirma que nada há, que tudo é ilusão, que a verdade é apenas
uma quimera, que Deus é mentira e que Satã é a verdade, que a verdade é a ausência
de realidade, esse pobre
tolo é apenas um fetichista, e dos mais complexos, pois admite que a ordem seja
criada pela desordem, o mais pelo menos, o regular pelo irregular, o verdadeiro
pelo falso. É a inversão da ordem lógica e regular e a única possível, por que
como podem esses mágicos loucos extrair algo de onde não há coisa alguma, como
conseguem eles encontrar, cegos como são, o gato preto no quarto escuro onde o
gato não está? São geniais sem dúvida, são até maiores que Deus, como
disse um deles na sua insânia. Que o menos venha do mais é o escandaloso, dizia
um pobre diabo de barbicha numa conferência, porque o certo é o menos produzir
o mais, o nada fazer alguma coisa, retirar de zero muitas unidades. Isso está
certo, isso é verdadeiro. Mas o pobre diabo não se continha em seu
assanhamento, verberava os que acreditavam no inverso (como se aqui houvesse
apenas matéria de crença, de opinião), rangia os dentes, fazia brilhar
sinistramente seus olhinhos demoníacos. E exclamava: o escandaloso é que as
coisas obedecem a leis, ou procedem segundo leis. A ciência é um escândalo. Ela
está nos querendo impingir que a realidade obedece a regras. Não é possível. O
cosmos é impossível. O possível é apenas o caos.
·
Mas o caos era apenas
ele, caos no sentido da vacuidade pretensiosa e petulante, caos no sentido da
idiotia arrogante, que deseja tornar verdade a sua moeda falsa da pior espécie.
·
Isso já é o suprassumo
do fetichismo. É o fetichismo loucura plena. E o que pasma é que tais idiotas
encontram seguidores, outros pobre doidos.” – Sic. Sem grifos no original
Notem
bem a similitude semelhança similar com a nossa atual conjuntura, onde os pensadores-críticos progressistas,
séquitos sequazes da súcia matula dos escarlates, no mais da vez, ateístas,
materialistas e “intelectuais inteligentes”
juntamente aos ‘inocentes úteis da linha-de-frente’
(secundaristas e universitários) que tentam defender ao indefensável “asceta de pristinas virtudes” ou à “criatura” que eLLe criou!
Ou não?
Na
filodoxia deLLes seriam todos vítimas de perseguição
e pasmem de G.O.L.P.E.
Seria hilário senão fora risível fetiche
de um prestidigitador de asnos!
Ante
a insustentável possibilidade de defesa, optaram pelo menos (queda, sem coice)
e mantiveram-se no Poder, com o
preferido, proficiente, profícuo e perleúdo VICE
– e vice por duas vezes consecutivas –
que continua com o cetro
às mãos dando seguimento aos programas,
projetos e planos escarlates, na busca da tecida, urdida, tramada e anelada
“Pátria-Grande”, a saber: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2017/01/os-planos-projetos-e-programas.html; ou não?
Enfim,
o desiderato se nos antolha único: o Erário; sempre usado para indenizar não só aos “torturados”, na indigitada, alegada, aduzida, imputada e capenga “ditadura-militar”
de outrora, como agora: indenizar não só as “vítimas”
imoladas pelos aliados das mais diversas facções-criminosas sentenciados e presos,
mas, sobretudo, aos coitados maltratados
por degradantes maus-tratos nas penitenciárias,
presídios e cadeias, todos “condenados” pela
mesma Justiça que hoje pretende premiá-los! No
entanto, às famílias e vítimas desses coitadinhos e/ou aos que padecem, sofrem
e morrem nas indignas, deprimentes e subumanas filas, corredores, antessalas e
salas de hospitais sucateados e com 25.500 leitos desativados, nem mesmo uma
coroa de flores! Aos castrenses e congêneres policias civis, nem mesmo uma
visitinha ou palavra aos familiares dos ceifados pelos “coitadinhos”!
Urge
perseverar na faxina iniciada e
ultimar a assepsia, desinfecção, expurgo e extirpação desse cancro escarlate miserável,
especialmente das aves-de-rapina no
Parlamento atual, com raríssimas exceções, há muito mais que “trezentos picaretas”: única verdade dita pelo
invertebrado molusco em toda sua ficha-corrida
porquanto hexa-réu!
Urge
endireitar nosso Brasil outra vez, como nos idos de 1964: intervenção
constitucional marcial castrense federal, pelo menos por 180 dias, para uma nova
eleição geral, tendo o voto a devida, real e concreta impressão; e já!
Abr
*JG