segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ESSA TESOURA NÃO CORTARÁ MAIS QUE JÁ CORTOU - O BRASIL ACORDOU!

Joilson Gouveia*

Pode-se inferir, dessas postagens do arauto escarlate senil, decrépito, entorpecido, desvairado, ferrenho seguidor de Paul Joseph Goebbels, o espertíssimo criativo ministro das comunicações de Adolf Hitler, o grande tirano nazifascista (socialismo-comunista) cujo nazismo nada mais era que o exacerbado nacionalismo socialista, que pregam e seguem os escarlates comunapetralhistas, no Brasil! Falam sempre em democracia, em direitos e liberdades, mas apoiam Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia e outros tiranetes africanos; ou não?
Notem que o colorado arauto sempre faz uso da dominante “estratégia da tesoura**: suas duas lâminas afiadíssimas (PT e PSDB) abrem-se, brigam e xingam-se uns aos outros, mas cortam juntos os direitos, as leis, as liberdades, a democracia e até existência do Brasil, cujo apoio central ou suporte fixo, forte e permanente dessas lâminas outro não é (como sempre fora) senão o partido do atual Presidente, que fora posto como seu VICE, por duas vezes consecutivas e por eLLes mesmos, que hoje bradam, vociferam, esbravejam esbaforidos, desvairados e espumantes: FORA, Temer! – O impeachment deu uma “queda, sem coice”; lembram?
Eis, pois, a astuta, arguta, sagaz, mordaz, criativa, capciosa e inventiva subliminar do sub-reptício subalterno escarlate, a saber:
· (...) “a Ioko Ono lê um trecho da carta do Adolf Hitler, dirigida ao povo alemão e ao mundo.
 Na carta, Hitler diz que as universidades estavam cheias de estudantes.
Um perigo, pois não, porquanto a sentença é lógica: quanto mais o povo instruído, menor a chance de manipulá-lo.
 Nos últimos 30 anos o Brasil se dividiu entre o período de sucateamento da educação, com ênfase na degradação do ensino superior gratuito, e o período de expansão do ensino superior gratuito.
E esse período de expansão da educação superior gratuita se deu nos governos Lula e Dilma. Nunca se criou tanta universidade quanto nos últimos 12 anos.
Assim como Hitler pensava, as universidades não devem estar cheias de estudantes, mas seletivamente ocupadas, tal qual a ideia da supremacia da raça ariana preconizada pelo nazi-fascismo.
É um perigo uma nação alfabetizada; facilitar o acesso às universidades é cavar a própria sepultura para os que chegam ao poder sem legitimidade ou, no caso do Hitler, manipulando um trauma devido à derrota na I Guerra Mundial” (...) – Sic.
Podem até ter “criado” centenas de universidades e facilitado o acesso de milhares inocentes úteis (quantidade não mensura nem assegura qualidade), já perceberam a qualidade desses “inteligentes” universitários?
Desde quando Prouni, Pronatec, Fies, Enem e tudo o mais são gratuitos?
É o fim, o fito, o desiderato e a meta da "pátria educadora", aquela na qual seus estudantes aprenderam muito mais a invadir, depredar, ocupar, desrespeitar, peitar, cuspir, urinar, defecar e desnudar em vias públicas aos berros insanos, histéricos e entorpecidos! Pensar que é bom, nem pensar!
Mostre-nos os índices obtidos pelo Brasil, nesses catorze anos de "pátria educadora"!
Na verdade, era eLLa que apregoava a "deforma" do ensino médio; lembras?
E que venha a ESCOLA LIVRE, para DESESQUERDIZAR de vez (e para sempre) aos nossos jovens, adolescentes e crianças, que ressurja a esperança de um futuro seguro, tranquilo e são, para o bem de nossa espoliada Nação!
Ei! Acabou! O "tchau, querida" será um definitivo "adeus, queridos"! Xô! Chispa! Fora! Vão para Rio Branco, no Acre! Ou para a “república de Curitiba”!
Tolinho! Sempre se escudando nas falas, ideias e feitos do odiado FHC, como se fora possível enganar aos brasileiros decentes, honestos, honrados e de BEM “dessepaiz”!
Outra coisa, todos hão de convir, todos os escarlates e os milhares de leitores, que veem suas subliminares, mormente quando retratas o pretérito crudelíssimo vivido por todos, na indigitada “ditadura”; ou não?
Como foram cruéis, difíceis, sangrentos, sanguinários, temerários e insuportáveis esses “tempos”: pessoas tagarelas, parentes, vizinhos e passantes transeuntes “assustados e assustadores” que nos AMEAÇAVAM a todos com seus cordiais cumprimentos de bom dia, boa tarde e boa noite; hein?
Enfim, professores eram respeitados como mestres e não somente pelos discentes! É, pois, a prova cabal de que éramos e fomos felizes, nesses soturnos tempos "ditatoriais", consoante se vê dos testemunhos vivos em seus saudosos comentários aqui registrados, ainda que certos "contrários sinistros" tentem dizer uma outra "estória"!
Abr
*JG

** ver quadro sobre a tesoura, em nosso Blog!

CRISE DE ENERGIA OU MAIS UM ENGODO (?)

Joilson Gouveia*

O alarido tem sido um só, não se fala noutra celeuma senão sobre o estardalhaço paranoico da hora: os “apagões” ou dos mirabolantes planos do governo; para reduzir desperdícios no consumo de energia da nação – se fosse (a) pagão talvez um padre resolvesse tudo, batizando-o.
Mas a mídia global diz que é séria e caótica a situação (?). Tem-se noticiado, litteris: "Desencontros na definição da política de racionamento. No Rio, o ministro da Fazenda Pedro Malan reconheceu, pela primeira vez, que houve falha do governo na questão da crise de energia. Mas, quem sempre responde e paga pelos erros desse governo que aí está? Ora, o povo. O sofrido, o pacato, o ordeiro, o coitado e espoliado do contribuinte. Ou não? “(...) racionamento tem data marcada mas hoje os secretários estaduais, reunidos em Fortaleza, mostraram que ainda têm muitas dúvidas. O representante de São Paulo, por exemplo, pediu o adiamento do início dos cortes. Veja na reportagem de Rodrigo Vianna”. É o verdadeiro e legítimo samba do crioulo doido.
Na verdade, tudo isso denota ser mais um pretexto e/ou especulação, para inúmeras empresas lucrarem com a "crise". Se a coisa fosse séria, FHC ficaria surpreso (também, como saber das coisas do Brasil se só vive viajando)? Para evitar tais apagões é bastante desligar a iluminação pública do Norte, Nordeste e Sudeste, mormente da área litorânea dessas regiões, às 04:50 horas da manhã e acendê-la um pouquinho mais tarde, às 18:15 horas, reduzir à metade da iluminação pública das avenidas, ruas, praças, praias, quadras de esportes e campos de futebol, áreas de lazer e etc. – Para quê povo com lazer(?), bem como, também, desligar a todos os holofotes que iluminam os monumentos turísticos às 20:00 e a iluminação dos milhares de prédios públicos ao término do expediente, e pronto. Daí se terá uma economia imensurável e sem necessidade de apagão algum. Mandem calcular a economia dessas simples medidas, sim?
Mas se o intuito for aumentar o lucro e a rentabilidade de alguns negócios como os de geradores de energias portáteis, a gás ou a diesel, aquecedores e fornos a gás e de kits, bem... "Você já comprou o seu kit apagão? Em São Paulo, a procura por pilhas, velas, lanternas e até lampiões aumentou neste mês. Veja na reportagem de Luciane Bacellar" – Há lâmpadas que custam mais caro, mas economizam mais de 35% de kilowats/h, dizem. Ora, para quê lâmpada se, como cogitado, não se terá energia? Aí a estória é outra. Ou não?
E, mais ainda, como sobretaxar ou majorar algo que ele não fornece e que o consumidor já paga caro para tê-la, pessimamente, das concessionárias (empresas que ele vendeu a peso de banana, por falar nisso; onde o arrecadado com tais vendas?). Será que somos nós, o povo brasileiro, os responsáveis e culpados pela crise, para sofrermos até com o corte de energia?
Por isso, se nos antolha ser uma estratégia sórdida, mas pífia, para desviar a atenção da cassação dos dois violadores do painel eletrônico e do caso Banpará e outros casos: Sudam, Sudene, etc. Não seria essa a intenção dessa crise ou dos partidos da ética (PSDB+PMDB+PFL) responsáveis por ela: os mesmos que vêm espoliando a nação, após a "redemocratização"? Será que foi para isso que os nossos desaparecidos políticos lutaram e deram suas vidas? De cujo movimento político esse ex-professor participou e mandou-nos esquecer. Será?
Inobstante haver um certo sentido nas assertivas dos experientes engenheiros eletroeletrônicos sobre essa tal crise de energia (por culpa do descaso do governo, como admitido pelo Pedro Malan(dro) do FMI, gostaria de agregar nossa ilação e solicitar-lhes um pequena reflexão sobre o mister, a saber:
a) primeiramente, nossa carta cidadã estabelece em seu parágrafo único: "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição". Note-se que o poder é do povo que elege os seus representantes. Mas é importante destacar que não lhes outorgamos nenhuma procuração para espoliarem, aviltarem e saquearem ao erário em nosso nome e mentirem insolentemente para toda a nação, nos chamando a todos nós de palhaços.
Ademais, desde que esse tal de FHC se instalou no poder que o cidadão brasileiro é quem amarga e assume o ônus de suas teorias sociológicas: disse-nos para esquecer que fora professor, no início. Depois, com o Real, falou: “já há frango e banana na mesa do brasileiro... E nos chamou de vagabundos e etc. Criou o PROER para socorrer seus amigos milionários banqueiros dos bancos Nacional, Econômico, Marka, Fonte Cindam, Pactual (Salvatore Cacciola X Chico Lopes) do Banpará, da Sudam, da Sudene, do Sivam, do EJ e etc. e tal. E aí, tem alguém preso ou recuperaram o montante do dinheiro desviado ou sequestraram seus bens? Onde estão os “sete anões do orçamento”, devolveram o que ganharam na loteria? Cadê o dinheiro do TRT (do lalau e do Estevão)? Com todo esse dinheiro não daria para investir no setor e evitar toda e qualquer crise? Quanto se gastou na "festa dos 500 anos" com uma caravela que não saiu do porto e na exposição do stand do Brasil, na Alemanha? Que Nação é esta que prende meros ladrões de galinha e premia com a imunidade (imundície e impunidade) os verdadeiros ladrões? Isto é só para lembrar alguns casos e, mesmo assim, porque foram noticiados. E o que dizer dos outros que ainda não se sabe, i.e., dos casos que estão encobertos pelo manto da ética do governo ainda, hein!?
b) segundamente: o grave erro está aí, ou seja, o povo até que os elegem e os põem lá, para serem nosso legítimos representantes, mas esse mesmo povo não tem poderes (apesar de se dizer que há um poder - todo o poder que emana dele mesmo) de os expulsarem de lá, de cassá-los e pô-los na cadeia, não há nenhuma forma que dependa diretamente do povo de expurgá-los de lá e de pô-los na cadeia. Notem que há um processo (diga-se protelatório, para esfriar o clamor da opinião pública) onde os seus pares (deles mesmos) os julgam e, ainda assim, se a coisa aperta, de pronto, é-lhes assegurado uma renúncia e tudo morre ali e ninguém mais fala nisso, como se nada tivesse acontecido. Logo é substituído por um ilustre desconhecido e que o povo não escolheu.
Vejam, pois, se não foi isso que fizeram com a SUDAM e a SUDENE, extinguiram ou mudaram suas nomenclaturas e ficou tudo por isso mesmo. É ou não é um lindo final feliz e um grande prêmio maior ao vil vilão? Ou não? Onde o poder de defensores do povo, que é dado por lei, aos mais diversos procuradores e dos promotores de justiça? Percebam, pois, que o juiz só poderá fazer algo se o caso lhe chegar às mãos por petição ou queixa ou denúncia de alguém do povo que os denuncie. Não é, deveras, muita cômoda a situação desses senhores, mesmo ante a notitia criminis, se alguém do povo não firmar nada e provar aquilo que todo mundo já sabe pela mídia, eles permanecem incólumes e poderosos e cada dia mais ricos. É que, oficialmente, não me chegou nada às mãos, dizem. E quando chega haja mora, demora e morosidade até a prescrição ou caducidade ou mesmo absolvição, vejam o caso do Najhi Najas e, agora, o de Sérgio Nayas.
c) Finalmente: Procurem lembrar ou pesquisar quem são os nossos parlamentares congressistas e vejam se não é a imensa maioria deles e notem há quanto tempo estão lá, desde quando e como chegaram lá. É incrível! Mas são os mesmos há mais de quatro, cinco ou seis décadas. E procurem saber quanto é que a Nação gasta com esses senhores semideuses? – São mais de 500 aquinhoados de gordos salários e infindáveis mordomias. Sair de lá, só por morte. São vitalícios e perenes como no judiciário. E, quando saírem de lá, se saírem, passam o cetro aos seus primogênitos ou parentela, no caso sempre a um Júnior e que o povo sequer o escolheu. Percebam.
Isto posto, como pode o administrado (o sofrido e espoliado povo) responder pela irresponsabilidade, incúria e a desídia desses ditos administradores da nação? (Deste governo que aí está e teima em ficar, para isso não há escrúpulo algum em admitir que o faz comprando os dignos representantes do povo, para impedir toda e qualquer apuração contra inúmeros casos de corrupção de seu desgoverno) E, olhem que isso não é novidade, inclusive, até já ensejou renúncia de uns outros parlamentares, num passado recente, lembram? E, coincidência ou não, isso sempre acontece antes de ano eleitoral, eles sempre arrumam um jeitinho de ir buscar mais algum no bolso do mísero, pacato e explorado povo brasileiro, ou estou enganado e vendo coisas?
Por falar nisso, há uma outra coisa: um certo Fernando fez tchum, esse outro Fernando faz tchum, tchum (foi reeleito) com o pobre dinheirinho dos brasileiros e o mesmo do espoliado Erário Nacional. Só falta um outro para fazer o tcham, tcham, tcham (e afundar de vez a Nação). Será que o beira-mar o fará? Só se pode afundar no mar e não na beira. Ou Não?
É isso aí, amigos, isto é apenas um lembrete, pois em 2002: lá vamos nós de novo, totalmente esquecidos disso tudo, motivados pelo dever cívico para um novo pleito (deveria ser ato de picadeiro) renovando esperanças (é disso que vive ou sobrevive o brasileiro) e, mais uma vez, eletronicamente escolher o que já está escolhido. A propósito, os amigos crêem no voto eletrônico, depois do episódio do painel?
Amplexos e saudações castrenses
Maceió – AL., 26 de maio de 2001.
Joilson Gouveia"
Abr

*JG
P.S.: da série: rememorar para jamais olvidar"!

COVARDIA E/OU MEDO

Joilson Gouveia*

Há quem diga que o medo é a "arma" da covardia, que somente os covardes temem enfrentar o perigo, de frente. E, por isso, esperam avidamente que surja um "louco" destemido que desbrave o incognoscível escuro da temeridade, para que, uma vez desvendado tal mister, lhes sigam os passos com seguridade e certeza - muitos chamam a isto de prudência; outros de aproveitadores do princípio da oportunidade dada pelos pioneiros audazes que ousaram na busca das causas e consequências, dos por quês e dos porquês.
Entende-se tal e tais comportamentos. Todavia, se para uns variamos, para outros ousamos e para muitos somos escudos ou burro-de-carga; respeite-se também suas opiniões e procederes, são estes homens comuns e como tal passíveis da falibilidade humana - inerente à própria raça e espécie: "hominis".
Assim, pois, entende-se as preocupações, opiniões e temores dos comuns, que formam filas entre aqueles que nem sofrem muito nem gozam, mas que não sabem e nem jamais saberão o gosto da vitória ou o dissabor da derrota na busca e consecução de ideais, direitos, melhorias e mudanças substanciais para todos. É, pois, por demais compreensível e aceitável tais temores e/ou covardia.
Porém, há que se considerar o espírito de luta daqueles que buscam tais propósitos grandiosos, mesmo conscientes de que podem sucumbir e/ou alcançar seus objetivos e seus ideais. Pois que, aquele que não os possuem não são homens, são apenas espectros de homem.
Somos e pensamos assim!
Maceió, 14 de novembro de 1.991
JOILSON FERNANDES DE GOUVEIA – Maj. PM
N.A.: Texto censurado e que teve sua publicação proibida pelo poder de mando de então, enquanto o Autor amargava a prisão arbitrária de 20 dias de prisão incomunicável. Texto censurado e que teve sua publicação proibida pelo poder de mando de então, enquanto o Autor amargava a prisão arbitrária de 20 dias de prisão incomunicável.
Abr
*JG

P.S.: reeditado para “rememorar para jamais olvidar

domingo, 9 de outubro de 2016

“LIBERTAS QUAE SERA TAMEM"

Joilson Gouveia*

Canto, conclamo e prego a liberdade. Mas não a liberdade da clausura material; não falo liberdade aos que se enclausuram por seus erros, defeitos delínques e infracionais, não. Falo da liberdade daqueles e àqueles que não sofrem desse tipo de prisão, mas insistem em permanecer estáveis, omissos e à revelia de todo e qualquer modo de ascensão; àqueles que preferem à planície ao topo da montanha; àqueles que se contentam com seus horizontes limitados pela opressão e jugo doentio e tirânico de alguns, que se dizem iluminados, e que têm inspiração e poder emanados de Deus, significando, destarte, que possui o poder sobre a vida e a morte de seus súditos.
Falo da liberdade que se opõe a todo custo ao "status quo" da servidão e da escravidão. Regimes cruéis de há muito abolidos da face da terra dos povos civilizados e urbanos.
Clamo e propago esta liberdade, por entender que saímos, de há muito, do estado da barbárie e selvageria, e não admitir, ao limiar do 3.º milênio, que o estado de direito seja destruído e haja a prevalência do direito da força sobre a força do direito. Pois, desse modo, sempre proceder-se-á aqueles ignorantes, diante de um debate, para não perder o seu jugo.
0 que seria da ciência e da humanidade se não houvesse contestação aos conceitos e teses por ela apresentados? 0 mundo seria plano se não fossem a ousadia e audácia dos navegantes. 0 Sistema Solar seria geocêntrico se não houvesse um Nicolau Copérnico e um Galileu Galilei que contestassem aquele "status" dos antigos. Por isso, clamo a liberdade contra o feudalismo que se tenta impor, através de atos tirânicos, ditatoriais, calcados na teoria do poder divino, teoria esta que levou muitos à guilhotina e ao cadafalso. Todavia, se este tipo de regime existiu numa época, dia chegou em que foi destruído, graças àqueles que ousaram em prol da humanidade e da liberdade.
Destarte, a semelhança de Marat, que rolem cabeças, mas que o objetivo seja alcançado: LIBERTÉE, IGUALITÉE E FRATERNITÉE!
Quartel em Maceió JUL/91.
Joilson Gouveia – Maj. PM
N. A.: Texto censurado e proibida sua publicação, enquanto o Autor estava detido e confinado numa das salas do Estado-Maior, de ordem do déspota, por ter apresentado "Críticas e Sugestões" ao Comando Geral da PMAL.
Abr
*JG

P.S.: Reeditado para "rememorar para jamais olvidar”!

DESCOBRIMENTO UMA POLÊMICA FÉRTIL** – Latitude Sul 10°

Joilson Gouveia*

Senhor Editor,
Inobstante às considerações do emérito professor e historiador potiguar Lenine Pinto, editadas em O JORNAL de 02 abril, p.9, cujos argumentos aduzem ter sido o Monte Cabugi, sito no Rio Grande do Norte, como sendo o motivo do histórico brado de Terra à vista! Seria tal monte o Monte Pascal, segundo ele em seus estudos; o que alimenta ainda mais à chamada polêmica fértil de O JORNAL.
Contudo, para melhor semear essa útil polêmica, é imperioso lembrar que, além das "grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muita cheia de grandes arvoredos (...)será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa(...)De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa" (sic.) grifei. Portanto, com cento e dez a cento e quarenta quilômetros, haja vista que uma légua dista quase seis quilômetros. Assim, 110 a 140 quilômetros de barreiras altas e praias planas, aproximadamente. É a exata distância entre a Praia do Gunga e à do Pontal do Coruripe, no Miaí, 110 km de praias, onde se vê tais barreiras altas, umas vermelhas, outras brancas e muito plana e muito formosa. E nossa costa tem 324 quilômetros, sendo 188 quilômetros no litoral sul e 136 ao norte.
Portanto, resta saber se há na região do Monte Cabugi praias semelhantes às nossas.
Vê-se da Carta de Caminha, que fora exaurida em 01 de maio de 1500, num porto seguro em que se encontravam. Vejamos parte dela:
"(...) Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome, o Monte Pascoal, e à terra, a Terra da Vera Cruz. – Dia 21 de abril de 1500, quarta-feira.
"Mandou lançar o prumo. Acharam vinte e cinco braças; e, ao sol posto, obra de seis léguas da terra, surgimos âncoras, em dezenove braças - ancoragem limpa. Ali permanecemos toda aquela noite. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, quatorze, treze, doze, dez e nove braças, até a meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas pouco mais ou menos"(sic.) grifei. (Dia 22 de abril de 1500.)
"E sexta pela manhã, às oito horas pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o capitão levantar âncoras e fazer vela; e fomos ao longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados à popa na direção do norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nos demorássemos, para tomar água e lenha. Não que nos minguasse, mas por aqui nos acertamos". (Dia 23 de abril de 1500) às oito horas pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o capitão levantar âncoras e fazer vela; e fomos ao longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados à popa na direção do norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nos demorássemos, para tomar água e lenha. Não que nos minguasse, mas por aqui nos acertamos". (Dia 23 de abril de 1500)
"E, velejando nós pela costa, acharam os ditos navios pequenos, obra de dez léguas do sítio donde tínhamos levantado ferro, um recife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. As naus arribaram sobre eles; e um pouco antes do sol posto amainaram também, obra de uma légua do recife, e ancoraram em onze braças”. (Sic.) grifei.
"Ao sábado pela manhã mandou o capitão fazer vela, e fomos demandar a entrada, a qual era mui larga e alta de seis a sete braças. Entraram todas as naus dentro; e ancoraram em cinco ou seis braças - ancoragem dentro tão grande, tão formosa e tão segura que podem abrigar-se nela mais de duzentos navios e naus "(sic) – grifei. Dia 24 de abril de 1500.
E caminha encerra sua carta assim: "Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500." [Ass.] Pero Vaz de Caminha – Textos da Carta de Caminha extraídos do site Brasil500 anos.
Estes textos servem para chamar a atenção do leitor sobre que parte da nossa costa teria essas características que não a costa alagoana, mormente a parte grifada.
Ademais, se a própria Carta de Caminha tivesse situado o achamento da novel terra em graus de latitude ao sul do equador, decerto o azimute náutico cartográfico se encontraria exatamente na região das falésias de Coruripe, Jequié da Praia e de São Miguel dos Campos, todos em Alagoas. Isto é fato imutável, ou seja, a exatos 10º como registra a cartografia atual. Logo, ao velejarem ao norte dez léguas (55 quilômetros, aproximadamente) só poderiam ter achado um porto seguro num dos rios ou lagoas, que se encontravam e ainda se encontram com mar, para que todos ancorassem nesse porto seguro. Coisas só encontradas no nosso litoral sul.
Doutra banda, os Cabos de Calcanhar e de São Roque, no Rio Grande do Norte, ficam situados entre 5º e 6º graus de latitude sul. O Cabo de Santo Agostinho, situa-se em Pernambuco, mas em 8º de latitude, aproximadamente. Já Ilhéus situa-se entre 14º35’ e Porto Seguro está na latitude 16º21’22". Logo, se Cabral (seu Gouveia) tivesse navegado dez léguas ao norte, onde teria encontrado tal porto seguro? Há nas costas baiana, pernambucana ou potiguar região que se assemelhe às descritas por Caminha?
Segundo Eduardo Bueno, in O piloto que conduziu Cabral ao Brasil, Época de 02.02.2000: "No entardecer do dia 22 de abril, essas terras foram avistadas. Cinco dias mais tarde, em companhia do astrônomo mestre João, Pero de Escobar mediu, com o auxílio de um astrolábio, a latitude do território recém-descoberto. O resultado foi "aproximadamente" 17º de latitude Sul. Uma medição bastante precisa: Porto Seguro se localiza a 16º 21' 22"(sic.) grifei – Entrementes, o próprio autor da medição escreveu ao seu rei não ter certeza sobre a exatidão de seus dados, como se pode ver do citado texto apud Eduardo Bueno in Brasil 500 anos.
E segundo Max Justo Guedes in A Viagem de Pedro Alvares Cabral – Brasil500 anos, Cabral (...)dirigia-se a noroeste quando avistou um "grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos".(..) Se isto ocorresse, jamais seriam avistadas serras ao sul do Monte Pascoal, pois, visto de nordeste ou de oeste, ele surge como um monte isolado, sem que apareçam as ditas "serras mais baixas".(sic.) Menos ainda as referidas barreiras altas, as praias planas, rios e lagoas de água doce que se encontravam com o mar, como ainda se encontram até hoje.
Em sendo assim, os mapas cartográficos e denominações locais até que podem ter mudado, mas os graus, minutos e segundos das latitudes e longitudes não, estes são os mesmos de então. Imutáveis, portanto!
Aliás, saliente-se que LATITUDE s. f. Distância entre o equador e um lugar qualquer da Terra, medida em graus, sobre o meridiano que passa por esse lugar; o clima, em relação à temperatura; (Do lat. latitudine.); enquanto LONGITUDE s. f. Arco do equador compreendido entre o meridiano de um lugar e o primeiro meridiano convencionado; distância. (Do lat. longitudine.) in dicionário Globo.
As dúvidas que porventura ainda persistem nalguns historiadores e noutros estudiosos, que teimam em negar os fatos históricos sobre o achamento da Terra Brasilis por seu Gouveia e sua esquadra, só poderão ser dissipadas, de uma vez por todas, se se fizer o mesmo trajeto transcrito por Caminha, obedecidos e cumpridos os graus de navegação nela contidos e, mais ainda, fotografar ou filmar nossa costa alagoana, vista do mar, na latitude de 10º(dez graus), donde se verá às barreiras altas e avermelhadas e outras brancas ao longo da costa e que o Monte Pascal (monte alto e arredondado com terras chãs ao sul) outro não é senão um dos montes da Serra Dois Irmãos, em Alagoas, cujas características não encontramos nesses outros locais aduzidos por seus autores.
Ademais, de lembrar ainda que, após a missa que fora celebrada, em 01 de maio de 1500, é a data que Caminha assina sua carta ao rei D. Manoel, nove dias depois do achamento. Portanto, a Nau Capitânia e esquadra poderiam ter navegado ao sul, nesses nove dias, para melhor explorar o lugar e ter uma ideia da dimensão exata da terra achada, mas não há registro que tenham ido ao sul, e sim ao norte.
Fato é que em nenhum dos outros supostos locais do achamento se vai encontrar barreiras altas, delas vermelhas, delas brancas com mais de vinte a vinte e cinco léguas de praias planas, como está na Carta de Caminha, e situado nos graus de latitude sul, com rios e lagoas de águas doces, que se encontravam com o mar, com um monte alto e arredondado com terras chãs ao sul.
Logo, até prova em contrário, seu Gouveia e Esquadra aportaram nas Alagoas, sim.
Com efeito, a polêmica fértil continua...
*Servidor público militar estadual no posto de Ten. Cel PM e Bel em Direito pela UFAL. – **texto editado em O Jornal, de 22 de Abril de 2000 – Brasil 500 anos!
Abr
*JG

P.S: reeditado da série: “rememorar para jamais olvidar

CINCO SÉCULOS DE ENGODO E MENTIRAS**

Joilson Gouveia*

Precisa-se dar um basta em tantas mentiras sobre o nosso sofrido Brasil e sua história, que a estória (s.f. Ficção; fábula; coisa imaginada; patranha; mentira.), fundada na empreitada midiática, tenta coonestar. O Brasil jamais fora descoberto ou achado na Bahia e menos ainda em Porto Seguro como tentam difundir no projeto global Brasil500anos. Chega de falsas verdades e mentiras torpes!
Antes mesmo de "seu" Cabral – que, em verdade, era seu Gouveia, consoante assevera Eduardo Bueno em 500anos in Revista Época, de 14 de fevereiro 2000: "Por não ser o primogênito, Pedro Álvares só pôde usar o nome do pai depois da morte de seu irmão mais velho"- até chegar ao Brasil ou, pelo menos, ao novel continente, que viria a se chamar Brasil, outros navegadores já haviam estado aqui. Isto é fato incontestável, pois que os marcos, placas e documentos históricos registram-nas. Portanto, é imperioso não olvidar "as descobertas de Pinzón, e de Leppe, em janeiro e fevereiro de 1500"– vide Fascículo n.º 1 de Alagoas500, editado pelo "O Jornal", de 08 de fevereiro de 2.000.
Assim, se o engodo do projeto Brasil500 anos, que se funda na certidão de nascimento da terra brasilis: a Carta de Caminha; numa astuciosa alienação, para induzir aos leigos acreditarem nessa estória de que o Monte Pascal ou Pascoal teria sido o marco da terra das Cabrálias, de Vera Cruz, de Santa Cruz, de Brasilis e que, hoje, Porto Seguro, na Bahia, seria a origem do famoso brado: terra à vista! É, pois, pura fantasia, patranha, ledo e falaz engano.
Toda essa falácia cai por terra ao se analisar justa, pura e simplesmente à própria Carta de Caminha ao seu rei, posto que nela (segundo Douglas Apratto e outros sérios historiadores alagoanos, responsáveis pelos fascículos Alagoas500 anos, tão bem nos mostram a verdade de Jaime de Altavila) é de se ver a descrição exata do retrato do Brasil visto por Pero Vaz de Caminha:
"(...)e então o capitão passou o rio, com todos nós outros, e fomos até uma lagoa grande de água doce, que está junto com a praia, porque toda aquela ribeira do mar é apaulada por cima, e sai a água por muitos lugares(...) a terra traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas e outras brancas(...)."- texto extraído da histórica e autêntica Carta de Caminha, certidão de nascimento do Brasil
Portanto, resta claro que, nem em Ilhéus, nem em Porto Seguro ou mesmo em toda costa baiana se vai encontrar "as barreiras altas e avermelhadas, e um monte muito alto e redondo com terras chãs ao sul" e nem os rios e lagoas de que tratam o registro oficial do Brasil.
A paisagem descrita, nessa histórica e autêntica Carta de Caminha, outra não é senão aquela sobre às falésias (as barreiras avermelhadas de Jequiá da Praia) de Coruripe, São Miguel dos Campos, Gunga e Barra de São Miguel, todos em Alagoas, vistas do mar que banha a costa alagoana.
Se esse cenário, retratado por Caminha, reflete a fotografia de suas retinas sobre a novel terra, “seu Gouveia” e Esquadra aportaram em Alagoas e não na Bahia, como coonestado pelo projeto global do Brasil500anos, porquanto, na região baiana de Porto Seguro, "não existe nenhuma lagoa de água doce, existindo sim três pequenas lagoas salgadas, cujas comunicações com o mar só se estabelecem nas marés altas", bem como também não há registros de que lá tenha sido ou venha ser a Terra dos Caetés, pois que D. Pero Fernandes Sardinha não foi morto pelos aimorés. Isto é fato, e contra fatos não há argumentos, portanto, basta de engodo e mentiras nesses cinco séculos.
Será que vamos iniciar um novo milênio negando, escamoteando ou falseando a verdade histórica de nossas origens aos nossos futuros descendentes? Creio que não. Nossos historiadores não permitirão, tenho certeza disto. E o nosso O Jornal dará seu testemunho verídico, através de nossos brilhantes historiadores, que compõem a equipe responsável pelo encarte especial: fascículo Alagoas500anos, para um futuro sem falácias.
Maceió, 18 de fevereiro de 2000
*Ten. Cel PMAL, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Universidade Federal de Alagoas - UFAL, 1992; Curso de Direitos Humanos na Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ, out./1994, patrocinado e ministrado pelo Center of Human Rights da ONU; Curso de Direitos Humanos ministrado e patrocinado pela Americas Watch, em Maceió/AL. 1995; Membro da Anistia Internacional no Brasil - Seção brasileira; Membro, Diretor Fundador e 2º. Secretário do Grupo de Direitos Humanos "Tortura Nunca Mais", em Alagoas”
N.A.: ** O texto acima fora editado em O Jornal, sob o título “Descobrimento do Brasil – uma polêmica fértil”, na edição de 22 de Abril de 2000.
Abr

*JG
P.S.: Reeditado para a série: "rememorar para jamais olvidar"

HIERARQUIA E DISCIPLINA

Joilson Gouveia*

Há, diuturnamente, nos matutinos do Estado, referências mil às "qualidades indiscutíveis de disciplinador", a respeito do atual Cmt da PMAL. Os menos avisados, os leigos no assunto e os de senso comum até que podem imaginar que, de fato, tais notícias reflitam a realidade e que ele seja competente nesse sentido - Nunca se enalteceu tanto por tão pouco ou quase nada, notadamente nas páginas policiais da Gazeta de Alagoas, edição de Gouveia Filho, jornalista sério, responsável e altamente qualificado em assuntos policiais. Indaga-se, porém, quanto ao concretismo e licitude de tais "feitos": São reais? Em sendo verdade, são legais? Estão amparados nos preceitos legais???
É, pois, justamente, para responder a tais questionamentos, e esclarecimento do público em geral, que, através deste, ousamos mais uma vez, tornando pública a dura, nua e crua realidade porque passamos: policiais militares.
A PMAL, sesquicentenariamente, tem se apoiado nos pilares fortes e imbatíveis da hierarquia e da disciplina, que, até bem pouco tempo, enquanto respeitados e cumpridos, caracterizavam e perenizavam nossa Corporação como séria, respeitada, transparente e digna, dentre as demais Instituições Estatais.
Tais pilares são correlatos, mas não se confundem. Pela hierarquia, usa-se o poder de distribuição e escalonamento de funções executivas diversas; enquanto pela disciplina controla-se o desempenho dessas funções e a conduta interna dos seus integrantes, responsabilizando-os pelas faltas cometidas. "Pela hierarquia se impõe ao subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais superiores e se define a responsabilidade de cada um." - Hely Lopes Meirelles, Dir. Adm. Brasileiro, SP, 1989, pág. 100/l. Infere-se, pois, que tais manifestações de vontade, i.e, determinações devem ser cumpridas fielmente, sem exagero ou diminuição, a menos que sejam manifestamente ilegais - grifamos.
Noutras palavras, o subordinado obriga-se a cumprir às determinações superiores fundadas na lei, na norma, no regulamento, no exato e fiel liame dos dispositivos legais. É, pois, esse o ensinamento mor contido na Carta Magna da Nação, in verbis: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei" - C.F. Art. 5º, II. O que simplifica, clareia, precisa e explicita que o subordinado não pode ser compelido, pelo superior, a praticar ato evidentemente ilegal - conforme vem acontecendo na Corporação, notadamente com os Oficiais. Aliás, no dizer do mestre Hely L. Meirelles (Op. cit. pág. 101.) "O respeito hierárquico não vai ao ponto de suprimir, no subalterno, o senso do legal e do ilegal, do licito e do ilícito, do bem e do mal. Não o transforma em autômato executor de ordens superiores." É isto que se tem feito e se tentado fazer com os Oficiais (superiores, intermediários e subalternos) e praças (subtenentes, sargentos, cabos e soldados), ou seja, que nos transformemos em autômatos e meros executores e cumpridores de "ordens" eivadas em "vontades" pessoais, para a satisfação das necessidades de valorização que arrefecem e acariciam o ego dos tiranos.
Todo aquele que ousou contestar uma "ordem", ou solicitou esclarecimento sobre essa ou aquela obscuridade existente na ordem, recebeu como resposta: "... eu sou Coronel. Sou eu quem está mandando... Cumpra-a, e depois, querendo, se queixe..." ou então,"... recolha-se, você está preso!!!" ou ainda, é surpreendido com sua punição em BGO e/ou BGR - Boletim Geral Ostensivo e Boletim Geral Reservado, da PMAL, sem obediência aos requisitos básicos que discricionarizam o poder disciplinar; quais sejam: a apuração regular da falta disciplinar e ampla oportunidade de defesa ao subordinado transgressor e acusado; sem os quais tornam o poder disciplinar em arbitrário, tirânico e ditatorial, e como tal, ilegítimo e invalidável pelo Poder Judiciário, por não se cumprir e seguir o processo legal "due process of law" - de prática universal nos procedimentos punitivos e acolhido pela nossa constituição (art.5º, LIV)e pela nossa doutrina."- Hely Lopes Meirelles, idem ibidem, pág.l05.
É, pois, dessa forma que se vem " disciplinando" aqueles que se opõem aos arbítrios e/ou ordens obscuras ou manifestamente ilegais, não lhes são dadas oportunidades do contraditório e da ampla defesa contidas na Const. Federal (Art. 5º, LIV), princípios fundamentais de direito do homem e de todo cidadão.
Ora, que Poder Disciplinar é esse que deixa de cumprir preceitos magnos da nossa Carta? Será que esse poder disciplinador é maior que a própria Constituição? Em que se fundam tais atos? O quê legalizam e os regulamentam? Todos dirão: O RDPMAL (Regulamento Disciplinar da Policia Militar de Alagoas). Isto se, pelo menos, ele fosse cumprido à risca, mas vezes há, e não são poucas, até esse super RDPMAL vem sendo descumprido, i.e, desrespeitando-se exata e exclusivamente os princípios da hierarquia e da disciplina, até então existentes e imaculados. - Xará , por Deus, não façamos apologia ao absolutismo no seio da democracia, enaltecendo-se inverdades e pseudo líderes.
N.A.: Texto publicado em "O Jornal de Alagoas", edição de 02.11.91, pelo que, seu autor, foi arbitrariamente punido com 20 dias de prisão, confirmando assim o teor do texto.
Abr
*JG

P.S.: reeditado para “rememorar e jamais olvidar