“Será que o editorial do ano I, volume I desse neo matutino não se equivocou com a vírgula, ela não está demais na frase título? Deveria ser este o título: GREVE NÃO É MOTIM! Ou GREVE, não é motim! Repito: GREVE NÃO É MOTIM. Muito pelo contrário, a greve é um direito social do espoliado, perseguido e discriminado trabalhador, é uma árdua e dolorosa conquista social, jurídica e trabalhista do pobre, porém honrado e honesto trabalhador, que dela dispõe, como último recurso e em última trincheira, em suas negociações legais, justas e legítimas, nas negociações com o patronato inflexível e insensível, não é motim, como dito pelo editorial, mesmo que seja usada por algumas categorias tidas como essenciais, mas proibidas por lei de disporem desse direito, o que já as tornam vergonhosa, inaceitável e odiosamente discriminadas, diminuídas ou os tornam como subespécie da raça humana ou cidadãos de segunda categoria, como dito por um autor que é servidor público militar, pois mesmo sendo considerada essencial não é remunerada como tal.
Eles não devem fazer nenhum movimento reivindicatório ainda que seja por melhores ou mais dignos salários, como aduz o editorial, vez que, em assim fazendo, é ilegal, motim, sublevação, insubordinação e indisciplina graves. Mas não é grave nem ilegal ou mesmo insubordinação ou indisciplina sobreviver e arriscar suas próprias vidas pelos míseros salários de fome que certos governos lhes retribuem como óbolo da contraprestação de seus serviços "essenciais".
É certo de que é o povo quem nos paga, através de seus impostos, mas não é ele quem decide o valor mensal a que faz jus o castrenses estadual e sim o gestor dessa arrecadação. Aliás, pelo povo, sociedade e comunidade me geral há um consenso de que auferimos miseravelmente pelo risco de vida que corremos, mas os governos dizem que não há recursos para nós e dizem que nunca há verba suficiente para aumentar os salários dos serviços "essenciais", mas sempre há para os pequenos salários dos ministros, dos desembargadores, dos parlamentares (senadores, deputados e vereadores) dos magistrados, dos conselheiros, dos promotores, dos procuradores, dos secretários e dos comissionados do governo, ou não?
Espero que registrem esse meu protesto se é que nos querem como cidadãos e respeitando aos direitos humanos dos demais cidadãos, então que nos tratem e nos respeitem como cidadãos também em direitos, pois em deveres e obrigações já somos bastante assoberbados, no sentido de sobrecarregados e cheios de obrigações e afazeres, e bastante diferentes dos demais cidadãos. Chega de rigorosas exigências sem a devida e igualitária contraprestação em direitos.
É como dissera certo pensador: "Soldados! Não vos entregueis a esses brutais que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos. Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada; que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como carne para o canhão. Não sois máquinas. Homens é que sois" Portanto nos tratem como homens e seres humanos que somos.”
Maceió, 27.08.2001
Jonilson Falcão de Guerra
jofego@zipmail.com.br
*N.A.: Texto enviado, pelo autor, a um semanário local, com cópia a este Autor, à época, não publicado - olhe-se a data acima, que, hoje, aqui e agora EDITAMOS na íntegra. A história se repete; só se mudam as personagens! À época, algumas personagens defendiam, abertamente e na mídia, aos direitos paredistas das categorias de trabalhadores tidas como essenciais, inclusive dos militares estaduais. Hoje, os chama de baderneiros! Vá entender.(?)
Aliás, os Sem Terras, Sem-Tetos e SEM NADA e TUDO de todos os gêneros podem de tudo, pois “movimento social e vítimas do Estado”, mas castrense estadual parece SER pior que eles, pois NADA PODEM, NEM DEVEM, para alguns açodados falantes e sempre contrários aos nossos pleitos legais!