 |
| Joilson Gouveia* |
Eis,
pois, que, numa breve conversa, na verdade troca de mensagens via WhatSapp, com
um vetusto mestre e veterano brioso amigo meu sobre o tema título desse simples
comentário, após assistirmos ao vídeo de uma moça nordestina – a danada é muito bonita e, também, muito boa (de
rima; claro!); a saber:
· Meu
mestre veterano e “antigão” coronel, me diga de plano: o repente é poesia, soneto
ou cordel?
De
repente brotam versos e rimas, que
aumentam nossa estima, mormente esses ditos pela “moça-menina”, que se “orgulha de ser nordestina”!
Ela
brinca com as palavras do nosso dia-a-dia, e o faz com maestria e muita
alegria!
O
repente é poesia que aflora, na hora
e sem demora!
Ou
seria algo estranho às academias, onde muitos dizem que essa glosa não é
poesia, pois não teria regra nem à norma seguia (ou seguiria)!
Embora
se nos apresente sem métrica ou estética (aparentemente) nos deixa a todos
alegres e contentes ao ouvir (de repentistas) os seus repentes!
Ao
recitarem, com muita alegria, essa espécie de poesia, na hora feito cachorro-quente, que encanta a
toda gente!
É
um orgulho sem tamanho - pode até parecer estranho - mas o arrepio é ufano com
todo brio!
Mormente
ao ver e ouvir ou sentir e assistir essa “moça-menina” dizer do “orgulho de ser nordestina”!
Se
é poesia, soneto, prosa ou cordel, para todos tiro-chapéu!
O
que dizeis, pois, nobre coronel?
Abr
JG*
Eis,
pois, o que mestre respondeu:
- Meu Caríssimo Joilson...! Dominas com profundidade e profusão a prosa literária... e, agora, estás a enveredar pelos caminhos da mais pura manifestação da cultura popular nordestina, nos ramos do repente e do cordel. Tanto o repente quanto o cordel e até a embolada representam a essência da alma poética do Nordeste, com as suas regras e interfaces. Acima gizei um sintético esboço sobre o cordel e o repente... rsrsrsrs
Eis
o diálogo dos bravos compadres: dois veteranos vetustos da nossa briosa Caetés:
- Meu nobre
compadre! Jesus Cristo seja louvado e a Virgem Santíssima glorificada!
Muitíssimo obrigado! Esse artigo é uma síntese da síntese do pensamento
esquerdista de sempre! Deus o grande Deus de Abraão, Isaque e Jacó abençoe
grandemente esse espírito de consciência e consciência. Espírito lúcido, verdadeiro
e corajoso! Um forte e caloroso abraço!
- Meu nobre
compadre que magnífica é profunda sabedoria do Gouveinha...esse tem origem,
talento e inspiração para falar e sentir a alma...garoto crescido, ousado,
debochado, chato e verdadeiro em sua dissecação...parece mais alguém dando uma
aula de anatomia...sutil, leve, contundente e desbravador na busca de enaltecer
a importância da Luz em nosso viver hodierno de tanta escuridão, fruto da
covardia e da ilusão louca do ter, desprezando o magno objeto do ser, fruto da
Verdade, que inspira, transforma e constrói um novo provir!
- Exatamente isso Meu nobre compadre...! O Joilson Gouveia é magistral na formulação dos seus textos, sempre ricos e de uma extrema e singular lucidez... Faço minhas as tuas palavras.👍🏼🤝🏽👏👏👏
- As
mensagens acima são do Major Ref JFCC...que deixou a PM e foi para o
Tocantins...,! Um grande e nobre caráter....! Um estudioso da doutrina
espírita...
Entrementes, em resposta ao URL
de Blog sobre repente, cordel e embolada,
indagado no primeiro trecho e enviado pelo mestre, ao que o respondi, na mesma hora
e sem demora:
Excelente, mestre!
Cordel, repente e embolada tudo
parece igual com seus versos, rimas e toadas!
Ainda que sejam parecidos, não
quero ser atrevido, nada de igual neles há,
O fundamental mesmo é contar,
cantar ou rimar!
Seja estória ou história
registrada no papel, dependurada no cordel, ou rimada na calçada num repente ou
embolada, na memória guardada, na hora recitada, declamada ou cantada.
Num importa donde veio, do
estrangeiro ou Portugal, se achegou e aqui ficou, ganhou fama, sucesso e coisa
e tal!
Quem o domina, seja homem,
mulher ou menina, tem que ser bom na rima, não importa se repente, cordel ou
embolada, desde que a coisa seja bem contada ou cantada.
E logo, logo é decantada,
cantada e entoada em qualquer palco, praça ou calçada: num repente, cordel ou embolada.
No primeiro geralmente tem
viola; no segundo papel, cordel e cola; no terceiro, basta um pandeiro no
terreiro, cada qual deita e rola; o povo alegre, ri que se embola!
É clamor, da voz do povo ou um grito
popular, que ninguém há de amordaçar nem que queiram nos calar.
Digo, repito e tenho reiterado:
nosso povo jamais será calado; mormente por uns desalmados cujas vestes são
togadas (pretas), mas por dentro encarnadas muito mais que avermelhadas, a
serviço do capeta!
Podem vir com foices, martelos
ou marretas, com ou sem suas capas pretas! O povo já descobriu toda mutreta:
aquela dupla jamais fora eleita!
Nem tanque, canhão ou escopeta
calarão a voz de repentistas, cordelistas ou cantadores e emboladores,
sulistas, nortistas, sul-destinos ou nordestinos.
Com repente, embolada e/ou
cordel, mostraremos a todo o mundo, coronel, que jamais seremos calados,
vencidos ou derrotados!
Nenhuma guerra nos tirará dessa
terra! Deus é mais, muito mais!
Nenhum escarlate vencerá à arte
da prosa, poesia, sonetos, sonatas e rimas que nosso povo tão bem estima senão
domina: homem, mulher ou menina: nas ruas, praças e esquinas!
Tá dado o recado, contado,
cantado ou rimado ainda que meio embolado, mas ao menos tentado!
Fica dito, reiterado e
registrado!
Abr
JG*
Eis, pois, sua réplica:
·Meu Caro Joilson...! Li reli algumas...! E gostei demais...
·E não é que converteste toda a matéria numa belíssima
"ode", descrevendo, em minudência, a origem, a história e os diversos
modos de apresentação dessa poética da mais típica manifestação da cultura
popular do nosso Nordeste. E o fazes na rica versatilidade da rima e
sonoridade, escritas, com superior arte poética, numa excelência de tessitura
poético- prosística. Repito meu caríssimo amigo, uma produção fantástica ao
fácil buril das palavras belamente esculpidas.
·Estupendo...!👍🏼🤝🏽👏👏👏👏👏👏
Bem por isso, o agradeço às generosas e gentis palavras:
O mestre é de uma bonomia, que
emociona e arrepia, e enche-me de alegria numa quase ufania!
Sou de vós mero pupilo, pois me
falta e muito para ter seu estilo:
Esmerado, rebuscado, compassado
e bem rimado sem sair do regulado: regra, métrica, melodia e rima num
compasso e harmonia seja: soneto, prosa e poesia!
Oxalá possa chegar lá algum
dia, mas não desisto dessa porfia: do repente, embolada ou cordel;
confesso-lhe, meu prezado coronel!
És meu mestre, desde que
cheguei ao seu quartel - ainda um imberbe infante, que o admira tanto quanto
antes -, e honrado para vós tira-o-chapéu!
E, perfilado e ufanado,
rende-vos as mais efusivas e marciais saudações castrenses, e sinta-se admirado
e respeitado!
Enfim, fica dado o meu recado!
Abr
JG*
O
mestre, não deixou por menos, e treplicou, dizendo-me:
- Fui o
mestre que do culto e inteligente pupilo sou agora um mero aprendente...!
- Gratidão pelas
palavras tão generosas e carinhosas.
- Tens sempre a minha atenta admiração. Um abraço..👍🏼🤝🏽
Dizer mais o quê? Mestre é mestre!
Abr
JG*
Nenhum comentário:
Postar um comentário