Joilson Gouveia* |
O brasileiro, mormente aquele
que se considera, se acha e autodenomina a si mesmo de esperto, sabido e culto
ou esclarecido, escolado e estudado esquerdista de esquerda e à esquerda, é
especialista em futebol, segurança pública e quejandos, mormente ao suspeitar,
mensurar ou prejulgar pelas próprias lentes objetivas, régua, esquadro, aristo (ou
transferidor) e compasso à sua imagem, reflexo e semelhança, consoante o
escólio leninista: “acuse-o do que és e
do que pratica”!
Ou “todos os brasileiros são (somos) corruPTos” [se todos são corruPTos; ninguém é corruPTo] como assestado
pela “santa imaculada, inocentA e ‘onesta’
ciclista expurgada do ‘puder’, mediante a “queda
sem coice”, urdida pelos dois ex-presidentes do Senado e STF, de então!
Ah! E não direi que sinto vergonha de ambos, para que não mandem me prender!
Até por que não é vergonha que sinto, e sim asco, nojo e náuseas de ambos, como
dito: http://gouveiacel.blogspot.com/2018/12/a-vergonha-e-o-desrespeito-versus.html;
Como prefiro às ideias aos fatos
e às pessoas, bem por isso serei medíocre, meridiano ou mediano em comentar apenas
os fatos trazidos à baila ou destacados no pelourinho midiático do renomado blog
do “Peninha”, estribado no que “está posto, pelo COAF e pela imprensa, não é uma acusação, mas um fato que não pode ser descartado sem
explicações plausíveis” (Sic.), a saber:
- "O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda apurou que José Carlos de Queiroz, que trabalhava oficialmente com Flávio Bolsonaro até outubro último, movimentou cerca de R$ 1,2 milhão, no período de um ano, em uma conta bancária, recursos que seriam incompatíveis com a remuneração que ele recebia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
- Segundo o Coaf – que apresentou um relatório com a movimentação de dezenas de servidores da Assembleia do Rio -, o então assessor de Flávio Bolsonaro fez várias transações envolvendo dinheiro em espécie, além de saques em valores expressivos – totalizando R$ 320 mil. Estamos falando do período de um ano – de janeiro de 2016 a janeiro de 2017 -, o que chamou a atenção do COAF.
- Um detalhe importante: uma das transações mencionadas no relatório é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michele Bolsonaro”. (Sic.) – Na íntegra in http://blog.tnh1.com.br/ricardomota/2018/12/08/caso-do-assessor-de-flavio-bolsonaro-exige-explicacao-imediata-e-incontestavel/
Ora, a priori, se “não é
uma acusação” não há por que defender-se; ou não? Só cabe a defesa
quando há uma imputação plausível, robusta e concreta! Aliás, diga-se aos incautos,
a primeira peça da defesa é a acusação – que há de ser provada, “onus probandi” do acusador – para que
haja uma defesa ao imputado! Porém, eis que surgem algumas questões sobre os
fatos ali colacionados, a saber:
a) os relatórios do COAF são anuais,
semestrais, trimestrais, mensais, semanais ou somente quando instados por
autoridades competentes interessadas (“setores”)? Onde os relatórios de anos anteriores?
b) por que só agora: “Estamos
falando do período de um ano – de janeiro de 2016 a janeiro de 2017 -, o que
chamou a atenção do COAF”? – Não seria “um prato cheio”, na campanha, se
divulgados antes?
c) Por que o COAF jamais informou ou
“relatou” sobre o “mensalão ou petrolão,
carfão, zelotão, fundos de pensão” ou sobre Sérgio Cabral, Pezão, ALE/RJ e
TCE do RJ e outros mais que virão?
- – “A extrema imprensa e o COAF aparelhado abriram as baterias contra a família do MITO! Você viu o COAF apontar movimentações de Lulinha e família”?
- - “Rosa Weber elogia à prestação de contas da campanha do Mito! Segundo ela, algo nunca visto no TSE”!
- - “Brasileiro é a única raça que torce para o país virar uma merda porque o seu político de estimação perdeu”!
d) O motorista, como resta sabido,
é também policial miliar carioca, logo, por simetria, deve auferir, além de
seus subsídios, mais dois terços a mais ou muito mais que isso, que seus subsídios
de caserna; ou não?
e) acaso, se o negócio fosse escuso
– propina, como insinuado –, ilícito ou ilegal dar-se-ia cheque nominal?
f) segundo o próprio Mito:
- “O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reafirmou neste sábado (8) que o pagamento de R$ 24 mil feito pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fazia parte de um empréstimo que totalizou R$ 40 mil. "Em outras oportunidades eu já o socorri financeiramente. Nessa última agora houve um acúmulo de dívida da parte dele para comigo e resolveu me pagar com cheques. Não foi um cheque de R$ 24 mil. Foram, na verdade, dez cheques de R$ 4 mil. E assim foi".
- Fabrício José de Queiroz trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Bolsonaro disse que não utilizou a própria conta para receber os valores por ter "dificuldade para ir em banco e andar na rua". "Deixei para a minha esposa. Lamento o constrangimento que ela está passando. Mas ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal, meu Deus do céu. Isso é uma coisa normal, natural, isso não existe". (Sic.) – Na íntegra in https://gazetaweb.globo.com/portal/noticia/2018/12/ninguem-recebe-ou-da-dinheiro-sujo-com-cheque-nominal-diz-bolsonaro_66027.php
g) enfim, se houve (ou
se há) ilicitude, como insinuado, não teria sido usado e explorado na campanha pelo
adversário derrotado, para enxovalhar o MITO?
Encerro
com as palavras de dois mestres: a) “Ser
odiado por multidões de ignorantes é o preço de não ser um deles” [Olavo de Carvalho] e “É incrível quanto
pânico um homem honesto pode causar em uma multidão de hipócritas” [Thomas Sowell]
Abr
*JG
P.S.: "A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime". - Millôr Fernandes.
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