Joilson Gouveia* |
“Comunista?
Recuse-lhe amizade, tolerância ou respeito, mesmo em pensamento. Esses canalhas
vivem da generosidade de suas vítimas”. – Olavo
de Carvalho.
Instando as devidas escusas aos meus quase cem
leitores e, também, a adequada anuência para transcrever o texto abaixo [recebido
via WhatsApp] no qual o amigo e remetente
– e cada um desavisado o replica e reenvia seguida, imediata e sucessivamente –
onde o emissário encantado e deslumbrado até aplaude, concorda e parabeniza ao
que chamou de “autocrítica inédita” e
de “tamanha lucidez e equilíbrio”
sobre o “recado das urnas” e etc.
Vejamos, pois, a saber:
“Pela 1a vez tenho que parabenizar
um esquerdista, por ter elaborado um texto com tamanha lucidez e equilíbrio. Talvez,
uma autocrítica inédita. O único que conseguiu ler o recado das urnas. Vale
muito a pena a leitura. *Prof. Dirceu Grasel*
*De onde surgiu o Bolsonaro?*(por Gustavo Bertoche - Dr. em Filosofia )
Desculpem os amigos, mas não é de um
"machismo", de uma "homofobia" ou de um "racismo"
do brasileiro. Os eleitores do Bolsonaro, candidato do PSL, não são
fascistas, machistas, racistas, homofóbicos nem defendem a tortura. Aliás, o
próprio Bolsonaro não é nada disso, e nós sabemos disso. A maioria dos seu
eleitores nem mesmo é bolsonarista.
O Bolsonaro surgiu daqui mesmo, do
campo das esquerdas. Surgiu da nossa incapacidade de fazer a necessária
autocrítica. Surgiu da recusa em conversar com o outro lado. Surgiu da
insistência na ação estratégica em detrimento da ação comunicativa, o que nos
levou a demonizar, sem tentar compreender, os que pensam e sentem de modo
diferente.
É, inclusive, o que estamos fazendo
agora. O meu Facebook e o meu WhatsApp estão cheios de ataques aos
"fascistas", àqueles que têm "mãos cheias de sangue", que
são "machistas", "homofóbicos", "racistas". Só
que o eleitor do Bolsonaro não é nada disso nem se identifica com essas pechas.
As mulheres votaram mais no Bolsonaro do que no Haddad. Os negros votaram mais
no Bolsonaro do que no Haddad. Uma quantidade enorme de gays votou no Bolsonaro.
Amigos, estamos errando o alvo. O
problema não é o eleitor do Bolsonaro. Somos nós, do grande campo das
esquerdas.
O eleitor não votou no Bolsonaro
PORQUE ele disse coisas detestáveis. Ele votou no Bolsonaro APESAR disso.
O voto no Bolsonaro, não nos
iludamos, não foi o voto na direita: foi o voto anti-esquerda, foi o voto anti-sistema,
foi o voto anti-corrupção. Na cabeça de muita gente (aqui e nos EUA, nas
últimas eleições), o sistema, a corrupção e a esquerda estão ligados. O voto
deles aqui foi o mesmo voto que elegeu o Trump lá. E os pecados da esquerda de
lá são os pecados da esquerda daqui.
O Bolsonaro teve os votos que teve
porque nós evitamos, a todo custo, olhar para os nossos erros e mudar a forma de
fazer política. Ficamos presos a nomes intocáveis, mesmo quando demonstraram
sua falibilidade. Adotamos o método mais podre de conquistar maioria no
congresso e nas assembleias legislativas, por termos preferido o poder à
virtude. Corrompemos a mídia com anúncios de empresas estatais até o ponto em
que elas passaram a depender do Estado. E expulsamos, ou levamos ao ostracismo,
todas as vozes críticas dentro da esquerda.
O que fizemos com o Cristóvão
Buarque?
O que fizemos com o Gabeira?
O que fizemos com a Marina?
O que fizemos com o Hélio Bicudo?
O que fizemos com tantos outros
maiores ou menores do que eles?
Os que não concordavam com a nossa
vaca sagrada, os que criticavam os métodos das cúpulas partidárias, foram
calados ou tiveram que abandonar a esquerda para continuar tendo voz.
Enquanto isso, enganávamo-nos com os
sucessos eleitorais, e nos tornamos um movimento da elite política. Perdemos a
capacidade de nos comunicar com o povo, com as classes médias, com o cidadão
que trabalha 10h por dia, e passamos a nos iludir com a crença na idéia de que
toda mobilização popular deve ser estruturada de cima para baixo.
A própria decisão de lançar o Lula e
o Haddad como candidatos mostra que não aprendemos nada com nossos erros - ou, o que é pior,
que nem percebemos que estamos errando, e colocamos a culpa nos outros.
Onde estão as convenções partidárias dos anos 80? Onde estão as correntes e
tendências lançando contra-pré-candidatos? Onde estão os debates internos?
Quando foi que o partido passou a ter um dono?
Em suma: as esquerdas envelheceram,
enriqueceram e se esqueceram de suas origens.
O que nos restou foi a criação de
slogans que repetimos e repetimos até que passamos a acreditar neles. Só que
esses slogans não pegam no povo, porque não correspondem ao que o povo
vivencia. Não adianta chamar o eleitor do Bolsonaro de racista, quando esse
eleitor é negro e decidiu que não vota nunca mais no PT. Não adianta falar que
mulher não vota no Bolsonaro para a mulher que decidiu não votar no PT de jeito
nenhum.
Não, amigos, o Brasil não tem 55% de
machistas, homofóbicos e racistas. Nós chamarmos os eleitores do Bolsonaro
disso tudo não vai resolver nada, porque o xingamento não vai pegar. O
eleitor do cara não é nada disso. Ele só não quer mais que o país seja
governado por um partido que tem um dono.
E não, não está havendo uma disputa
entre barbárie e civilização. O bárbaro não disputa eleições. (Ah, o Hitler
disputou etc. Você já leu o Mein Kampf? Eu já. Está tudo lá, já em 1925.
Desculpe, amigo, mas piadas e frases imbecis NÃO SÃO o Mein Kampf. Onde está a
sua capacidade hermenêutica?).
Está havendo uma onda Bolsonaro, mas
poderia ser uma onda de qualquer outro candidato anti-PT. Eu suspeito que o
Bolsonaro só surfa nessa onda sozinho porque é o mais antipetista de todos.
E a culpa dessa onda ter surgido é
nossa, exclusivamente nossa. Não somente é nossa, como continuará sendo até que
consigamos fazer uma verdadeira autocrítica e trazer de volta para nosso campo
(e para os nossos partidos) uma prática verdadeiramente democrática, que é algo
que perdemos há mais de vinte anos. Falamos tanto na defesa da democracia,
mas não praticamos a democracia em nossa própria casa. Será que nós
esquecemos o seu significado e transformamos também a democracia em um mero
slogan político, em que o que é nosso é automaticamente democrático e o que é
do outro é automaticamente fascista?
É hora de utilizar menos as vísceras
e mais o cérebro, amigos. E slogans falam à bile, não à razão”. (Sic.) – grifei!
Primeiramente, se você, meu caro
leitor, também concorda de que seja uma “equilibrada, lúcida e pertinente análise do recado das urnas”
ou uma “autocrítica”
ou “mea culpa”,
pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não é nada disso. Trata-se, pois,
de mais uma manifestação dissimulada sub-reptícia subliminar que “parece imputar às esquerdas os erros, falhas e lapsos” ao
que, na verdade, são tipificados crimes penais comuns perpetrados e não apenas “meros erros”. Ademais, onde pugna, propõe ou
sugere pela punição ou expulsão dos “errados”
do tal “partido”, mormente dos
processados, julgados, condenados e presos? Não! Ao contrário; querem-no “livre”!
Segundo, é uma forma
sorrateira paulatina de se manter em evidência – “falem mal, mas falem de mim” -, um ardiloso engodo onde, simultaneamente,
intenta desdenhar ou desacreditar que há uma ferrenha oposição às esquerdas: ou
que “a onda bolsonariana”
não é o ressurgimento ou o avanço de ideias, pensamentos, valores e princípios conservadores
de direitistas de direita e à direita!
Terceiro, é uma mera opinião
de um “Dr em filosofia”, que a emite
sem nenhuma anuência do referido partido [ORCRIM] ou de quaisquer membros da Cúpula, que entende que todos os brasileiros somos
todos esquerdistas de esquerda e à
esquerda e apenas votamos na “onda” por não concordar com os “erros” deLLes.
Quarto, intenta demonstrar
que foi um erro estratégico da campanha do “partido”
ao nos chamar (na verdade, xingar e destilar todo o ódio com seus impropérios)
a todos os eleitores do Mito de “retrógrados,
reacionários, fascistas, machista, sexistas, misóginos, coxinhas, autoritários,
homofobistas, torturadores ou ditadores ou defensores de ditaduras cruéis e
sanguinárias etc.”, bem por isso fez crescer o “antipetismo”.
Enfim, ou seja, o tal “dr em filosofia” acha que, apesar de seus “erros” (que estaria reconhecendo aqui) ainda é a melhor forma de “democracia e governança”, e, portanto,
devem tentar “reconquistar” aos mais de 57 milhões de votos (antipetismo) de eleitores esquerdistas de esquerda e à
esquerda “revoltados” e não que sejamos mais de 57 milhões de conservadores direitista de direita e à direita,
como se fora inaceitável, inadmissível e inimaginável ser de Direita, direitista e à direita, quando
eLLes
é que são os asquerosos, venenosos e típicos baderneiros, criminosos,
assassinos, malfeitores e perniciosos, a ver: https://gouveiacel.blogspot.com/2017/04/socialistas-sao-meros-artifices-do-mal.html!
Todos da cúpula estão riquíssimos, mas seus
45 milhões de eleitores – que disseram ter tirado da pobreza – seriam da “amada
classe média”, de Marilena Chauí, ainda sufragaram nessa mesma “errada esquerda
de esquerdistas de esquerda”, olvidando que, desde 2002 até 2018, os dementes permanecem
“errando” e nos “mesmos erros” de sempre!
Por favor, não repassem aos seus amigos o “mea culpa” do tal “Dr em filosofia”! Deletem-no, caso o recebam!
A lembrar: “Derrubar um governo tirânico com a ajuda dos militares é BOM,
derrubá-lo pela via parlamentar é MELHOR, derrubá-lo pela inciativa popular é a
PERFEIÇÃO DA DEMOCRACIA”! – Olavo de
Carvalho.
Abr
*JG
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