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Joilson Gouveia* |
“A civilização não suprime a barbárie; aperfeiçoa-a”. (Voltaire - François-Marie
Arouet)
A
despeito de sua “missiva” (ora
publicada, aberta e exposta) ser particular, privativa, pessoal e privada,
portanto íntima, familiar e intimamente dirigida à querida filha, “Mila” – o que não nos permitiria quaisquer
intromissões ou entremeter-se no relacionamento paterno-filial, patriarcal e
familiar – mas, ao meu parco entender e salvo lapso de memória, há
controvérsias quanto às citações aos escolásticos
gregos (Platão e Aristóteles) no
que se refere à destacada e assestada frase: “Apenas os homens são criados diretamente
pelos deuses e recebem alma.”, usada que fora então para e quanto à principal
senão essencial e fundamental diferença que distinguia o homem – do Latim homo, – inis – homo sapiens (in generis) - dos demais animais presentes na natureza, embora
à mulher fosse reservada à criação e à educação dos filhos (familiar) e lhe dado
um papel secundário nas “Cidades-Estado”
– constituída de militares e conselheiros - porquanto dispensada, impedida e
vetada de participar da Política. Aliás, quando queria distinguir
da mulher, o substantivo usado era varão (Do Latim varo, - onis ou
varro, - onis, homem grosseiro) ou macho, viril, cujas vieram a ser sufragistas* somente em tempos mais modernos e mais recentes que
os da Antiguidade [repleta de povos
panteístas ou pagãos], mas que os sábios e filósofos de então já admitiam e
reconheciam um “Criador”, como veremos, simples:
- · “Um sábio geralmente
tem idéias próprias sobre Deus!! Sócrates as tinha.
- · A
introspecção é o característico da filosofia de Sócrates. E exprime-se no famoso lema conhece-te a ti mesmo – isto
é, torna-te consciente de tua ignorância – como sendo o ápice da sabedoria, que
é o desejo da ciência mediante a virtude.
- · E
alcançava em Sócrates intensidade e profundidade tais, que se concretizava, se
personificava na voz interior divina do gênio ou demônio.
- · “Conhece-te a ti mesmo” – o lema em que Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do
homem é o objetivo de todas as suas especulações e a moral, o centro para o
qual convergem todas as partes da filosofia.
- · Para Sócrates, Deus é uma inteligência
onipresente, onisciente, onipotente, absolutamente invisível ao homem. Deriva a prova da existência de Deus da
finalidade do mundo. A ordem cósmica (o providencial de acontecer) é obra de um
Espírito inteligente e não do acaso.
- · Para Sócrates, a alma participa da
natureza divina e é dada por Deus ao homem; a vida não depende do corpo, depende da alma; através da união da alma
ao corpo, a alma se macula, e só reconquista sua pureza pela libertação do
corpo.
- · Para os
sábios Deus é a força da natureza do ser!
- · BONS
ESTUDOS!” In https://brainly.com.br/tarefa/1724801
*Destaque-se, pois, que “o
movimento sufragista – fundador do feminismo
contemporâneo-, que vinha crescendo lentamente desde a década de
1830, ganha força, em 1903, com a fundação do Women’s Social and political Union (WSPU), facção violenta da National
Union of Women’s Suffrage Societie (NUWSS). Nos anos seguintes, o WSPU
tornou-se um aglomerado de agitadores profissionais, responsável por
depredações, tumultos e outras formas de violência, mas soube capitalizar a
opinião pública utilizando-se do recurso da greve de fome, dentro ou fora das
prisões. No que se refere às sufragistas – embrião do movimento que, hoje, defende o aborto como “direito
humano” – Chesterton não receia ganhar
a antipatia feminina.
Ao ensejo, urge trazer à colação excertos da obra de G. K. Chesterton: “O que há de errado com o mundo”,
na qual nos leciona o seguinte, a saber:
·
“Será melhor adotar
neste capítulo o mesmo procedimento que no anterior tinha a aparência de
justiça mental. Minhas opiniões gerais
sobre a questão feminina seriam calorosamente aprovadas por muitas sufragistas e
seria fácil expô-las sem qualquer referência aberta à atual controvérsia.
Mas assim como me pareceu mais honesto dizer primeiro que não sou favorável ao imperialismo
– nem mesmo em seu sentido prático e popular -, do mesmo modo parece-me mais
honesto dizer o mesmo do sufrágio
feminino, em seu sentido prático e popular, ou seja, é perfeitamente
legítimo expor, ainda que precipitadamente, a objeção superficial às ‘sufragistas’ antes de entrar em questões de fato sutis por trás do
sufrágio.
· Bem,
para resolver esse assunto digno, mas desagradável, devo dizer que a objeção às sufragistas não se deve a
serem sufragistas militantes. Ao contrário, deve-se a não
serem militantes o suficiente. Uma revolução é algo militar: ela
tem todas as virtudes militares, dentre as quais a virtude de chegar ao fim.
Dois grupos combatem com armas mortais, mas, sob certas regras de honradez
arbitrária, o grupo que vence se apossa do governo e começa a governar. O objetivo da guerra é a paz. Ora, as
sufragistas não podem empreender uma guerra civil nesse sentido militaresco e
decisivo. Em primeiro lugar, porque são mulheres; em segundo, porque são
pouquíssimas. Elas podem, contudo, empreender outra coisa, mas já é uma outra
história completamente diferente. Elas não geram revolução, o que geram é anarquia; e a diferença
entre essas duas coisas não é uma questão de violência, mas de fecundidade e
finalidade. A revolução,
por sua natureza, gera um governo; a anarquia só gera mais anarquia.
(...) A destruição é finita ao passo que a obstrução é infinita. Enquanto a
rebelião assume a forma de mera desordem (em vez de uma tentativa de impor
uma nova ordem), não há um final lógico para ela; ela pode alimentar-se e
renovar-se eternamente. Se Napoleão não houvesse desejado ser cônsul, mas
quisesse apenas ser estorvo, ele talvez houvesse conseguido impedir com sucesso
que qualquer governo se erguesse a partir da revolução. Entretanto, tal
procedimento não teria merecido o digníssimo nome de rebelião.
· É precisamente essa qualidade não
militar das sufragistas o que gera seu problema superficial. O problema é que suas ações não têm
nenhuma das vantagens da violência definitiva, não pode se dar ao luxo de um exame.
A guerra é algo pavoroso, mas comprova com agudeza e de maneira irrefutável
duas coisas: os números e o valor não natural. Nela descobrem-se duas questões
urgentes: quantos rebeldes estão vivos e
quantos estão dispostos a morrer. Mas uma minoria pouco expressiva, embora
interessada, é capaz de manter a pura desordem para sempre. No caso dessas
mulheres, certamente há
também a falsidade adicional introduzida por razão de seu sexo. É falso
expor o assunto como uma simples questão de força bruta. Se fossem músculos que
dessem ao homem o voto, então seu cavalo deveria ter dois votos e seu elefante,
quaro. A verdade é mais sutil: a irrupção do corpo é uma arma instintiva do
homem, como os cascos do cavalo ou as presas de marfim do elefante. Todo tumulto
é uma ameaça de guerra, mas a mulher está brandindo uma arma que ela jamais
poderá usar, quando há muitas armas que ela poderia usar. Se, por exemplo,
todas as mulheres resmungassem por um voto, elas o conseguiriam em um mês. Mas
novamente há que lembrar que seria necessário fazer com que todas as mulheres
resmungassem. E isso nos leva ao termo da superfície política da questão. A objeção à filosofia das
sufragistas é simplesmente a de que a maioria dominante das mulheres não
concorda com elas. Estou ciente de que alguns sustentam que as mulheres
deveriam ter votos, a maioria delas querendo ou não, mas esse é seguramente um caso estranho e infantil
de instituição de uma democracia formal para a destruição da democracia real.
O que a maioria das mulheres poderia decidir, se não consegue decidir nem seu
lugar ordinário no Estado? Essas pessoas estão praticamente dizendo que as
mulheres podem votar tudo, exceto o sufrágio feminino”. (Sic.) –
Loco citato. P. 99/101.
G. K. Chesterton, “sentia um respeito místico pelas mulheres”,
talvez por esse motivo afirme-se que “daria às mulheres não mais
direitos, mas mais privilégios”, pois sabia perfeitamente que “se as mulheres
chegassem a ser ‘iguais’ aos homens se
envileceriam” – “As mulheres
são as grandes vítimas da revolução sexual [...] Na sociedade hipersexualizada,
a mulher se converte com frequência em objeto de usar e jogar fora. As
feministas conseguiram impor à mulher o modelo sexual masculino”. E como
dito pela jornalista e ensaísta Eugenia
Rocella: “O neofeminismo converte as
mulheres em ‘machos
falidos’”.
Com efeito, com sábia lucidez lógica, racional e sem exageros,
nos alertou e discorreu sobre as consequências dessa “primeira onda” do feminismo – para citar a classificação
utilizada por alguns estudiosos contemporâneos-, início de um movimento maior,
provocador da “segunda onda”, cuja
tarefa foi levar as primeiras reivindicações, de igualdade perante a lei, para o âmbito da vida íntima, chegando,
então, à “terceira onda”,
experimentada hoje, com a ideologia de
gênero e a tentativa de ignorar a ordem biológica, de maneira a transformar masculinidade
em feminilidade em meras construções culturais, além de promover a libertinagem
e o aborto.
A frase título é de G.K.
Chesterton, in “O que há de errado com o mundo”.
Porém, “É mais claro que o sol, que Deus
criou a mulher para domar o homem”. - (Voltaire - François-Marie Arouet)
Abr
*JG