Joilson Gouveia* |
Eis,
pois, abaixo transcritos, alguns excertos do escólio do grande pensador e
filósofo Aristóteles sobre “Política”, que bem definem e caem como luvas à
atual conjuntura caetés, onde o suserano descumpre leis e constituições,
mormente sua palavra empenhada quanto aos compromissos, juras e promessas
assumidos, antes de alçar ao Poder, a saber:
·
“Há quem acredite que, embora o despotismo seja a pior das injustiças,
o simples exercício de um governo constitucional sobre os cidadãos, ainda que
justo, é um grande impedimento para o bem-estar do indivíduo. Outros têm a
visão oposta; eles acreditam que a verdadeira vida do homem é a vida prática e
política, e que todas as virtudes podem
ser praticadas tão bem pelos políticos e governantes quanto pelos indivíduos.
Há também aqueles que são da opinião que um
governo arbitrário e tirânico é a única forma de se alcançar a felicidade;
de fato, em algumas Cidades o
objetivo de todas as leis e da constituição é dar a alguns homens o poder
despótico sobre seus vizinhos”. (...)
·
E em todas as nações que são capazes de gratificar as
suas próprias ambições militares, o
poder militar é muito estimado, por exemplos, entre os citas, os persas, os
trácios e os celtas”. (...)
·
Como pode a atividade de
um estadista ou legislador resumir-se em uma prática que prescinde de legalidade? É certo que governar sem levar a justiça
em consideração é um ato ilegalidade,
pois se apela ao poder esquecendo-se do
direito”.
(Sic.) - Sem grifos no original – [Aristóteles,
in Política,
p. 236/237]
Urge
relembrar que as Cidades eram Estados,
nesses idos áureos e virtuosos tempos! Há mais, ainda, senão vejamos!
·
Portanto, aquele que viola a lei não consegue jamais
recuperar, independentemente da grandeza de suas ações posteriores, aquilo que perdeu ao distanciar-se da
virtude.
·
Para homens iguais, o
honroso e justo, consistem em que recebam
aquilo que lhes pertence, pois isso é a justiça e igualdade. Mas a
concessão desigual aos iguais, e de diferença aos semelhantes, é contrária à
natureza, e nada que seja contrário à
natureza pode ser bom. Portanto, se existe alguém superior em suas virtudes
morais e com o poder de realizar as melhores ações, devemos segui-los e obedecê-los,
mas ele precisa ter a capacidade tanto para ação quanto para a prática da
virtude”. (...)
·
O mesmo se aplica a cada
indivíduo. Se isso fosse diferente, Deus
e o universo, que não possuem ação externa, além de suas próprias energias,
estariam muito longe da perfeição”. (Sic.) - [Aristóteles, in Política, p. 239]
Notem
a grandeza e sabedoria dos déspotas de então, mormente quanto
ao estimado poder militar, que muitos desdenham, espezinham e menoscabam
hodiernamente, quando ousam descumprir e violar às leis e constituições,
desvirtuando suas próprias virtudes.
Já
dissemos, o discernimento
é coisa para estadista: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2018/04/o-discernimento-e-coisa-de-e-para-um.html;
com fulcro no escólio de Aristóteles:
“Discernir o início do mal não é próprio de espíritos
vulgares, mas do verdadeiro estadista”; p. 196. “Peninha”, louvo-o mais uma vez! – Na íntegra in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2018/04/nem-mais-nem-menos-apenas-os-reajustes.html. Salvo se se quer “criar o caos”, para colher frutos com
correção, juros e dividendos, com uma adrede “solução” anelada com vistas ao pleito
eleitoral que se avizinha! – Na íntegra in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2018/04/o-discernimento-e-coisa-de-e-para-um.html.
Enfim,
não basta ser um “déspota” ou “tirano”,
urge ser um grande estadista prenhe de discernimento, muito mais que bom senso, para se evitar
todo o mal prenunciado de seus próprios atos e desatinos ao desrespeitar,
descumprir e olvidar às leis e constituições que jurou respeitar, cumprir e
fazer cumprir!
Evitemos,
pois, ser um novo desastroso e catastrófico Espírito
Santo!
Abr
*JG
P.S.: Stephen Kanitz: “ser policial exige a rapidez de um
executivo, a coragem de um herói, o discernimento de um juiz, o tato de um
psicólogo”.
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