Joilson Gouveia* |
Urge,
pois, jamais olvidar ao escólio lapidar de seus aforismos e do sempre recorrido,
recorrente e permanente Aristóteles,
a saber:
- a)“Somos o que fazemos
repetidamente por isso o mérito não está na ação e sim no hábito”;
- b)“A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais”;
- c)“A democracia surgiu quando, devido ao fato de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si”.
Ex positis (das
coisas estabelecidas, assentado, ex positis, a sociedade está desfeita), comparando-os ao
esposado por nosso literato caetés e tupiniquins ao assestar em sua brilhante, inteligente,
percuciente e contundente crônica dominical “J’Accuse”
(Eu Acuso), com fulcro no caso do Capitão Alfred Dreyfus, do famoso artigo
de Emile Zola, que até hoje divide
as opiniões sobre sua inocência ou sua culpa –
ainda engatinhava o devido processo legal – The
Due Process Of Law.
Mas ao averbar: “Afinal, as ideias envelhecem com os homens; os princípios, não.”, e sobre esse ponto comento, a saber.
As ideias podem até envelhecer com os homens, o que seria natural ou normal mesmo naqueles que amadurecem e têm princípios, mas nunca naqueles que cultuam muito mais ideologias que ideias, ideais e aos próprios princípios.
Estes, por sua vez e a toda evidência, nesses últimos dez lustros, foram derruídos por ideologias arcaicas, insanas, inóxias e ignaras quando não agnósticas (gnosiológicas) enquanto Teoria do Conhecimento, na tradução ou busca da verdade que é a própria realidade. – ou mesmo da neológica pós-verdade! – Ver A Invasão Vertical dos Bárbaros, de Mário Ferreira dos Santos.
Parêntesis, para discorrer sobre “pós-verdade”.
- Enfim, como bem nos adverte Rodrigo Constantino*, tudo isso ocorre com a colaboração de proficientes, profícuos e produtivos jornalistas, formadores de opinião ou como se autodenominam “agentes-de-transformação-social” – aqueles mesmos que pugnaram por Democracia e uma imprensa-livre, para exercerem a liberdade em noticiar os fatos e, por conseguinte, a verdade dimanada deles (“A única verdade é a realidade”, segundo Aristóteles) – senão vejamos, a saber:
- “É possível enganar muita gente por pouco tempo, ou pouca gente por muito tempo, mas é bem mais difícil enganar muita gente por muito tempo.”
- “Ironicamente, a
mesma imprensa fala em “era da pós-verdade”, fingindo
que não tem nada a ver com o fenômeno, que
não tem deixado suas preferências partidárias falarem mais alto do que vossa
excelência, o fato. Os manuais de jornalismo são
rasgados em nome da agenda política, e os leitores sentem a traição,
partem em busca de fontes alternativas de notícias e opinião.”
- O jornalista deve ser transparente quanto à sua visão ideológica, em vez de tentar dissimulá-la. O público não é tão trouxa assim.
- Não é fácil deixar a própria visão de mundo fora das análises, claro. Mas o jornalista deve ao menos tentar. E mais importante: deve ser transparente quanto à sua visão ideológica, em vez de tentar dissimulá-la. O público não é tão trouxa assim.” (Sic.) * In http://istoe.com.br/e-o-duplo-padrao-que-mata/.
- A rigor, de há muito tem-se olvidado ao escólio de Abraham Lincoln, a saber:
- “Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito” - “Podeis enganar toda a gente durante certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente”. Ou como dito por Bertold Brecht: “Quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso”, e “Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este sim é um criminoso." – in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2017/03/qual-escolher-instrumento-ou-inimigo-do.html.
Ora,
mutatis mutandis (mudando-se
o que se deve mudar, feitas algumas alterações), dizia-nos o sábio filósofo
citado no proêmio deste breve comento: “A
grandeza não consiste em receber honras, mas merecê-las”,
paradoxalmente, assim, também, dá-se com a sentença
condenatória ou absolutória que é
exarada (e “recebida”, conforme merecimento)
por quem julga o mérito da inocência ou
culpa do julgado (e o condenado, no mais da vez, sempre alega inocência, dividindo opiniões, como até hoje em
França, após artigo de Zola), mas as
opiniões são conceitos de quem não conhecimento! Já dissemos outrora!
Ademais,
nas redes sociais (ou com os
facebookianos) as opiniões são mais
díspares, diversas, diversificadas e divergentes quando não intolerantes, incongruentes
e incoerentes, mormente em suas opiniões coletivistas
igualitárias salvadoras da humanidade e do mundo, no mais da vez, infensas
ao nosso amado e olvidado Aurélio –
se avexe não, “Peninha”!
Para
encerrar, quem fala a verdade não precisa
de advogado, como discorremos in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2016/09/quem-fala-verdade-nao-precisa-de.html,
há quem tenha mais de uma dezena de adEvogados!
Abr
*JG
P.S.: Dissera-nos Nelson Rodrigues: “É fácil amar a humanidade; difícil é amar o próximo.” – diante do
monitor (ou telinha) excede e transborda esse imenso amor. ;) :D
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