Joilson Gouveia* |
A
despeito dos inusitados enunciados dados coletados, editados e divulgados sobre
a “justificada” eficiência dos “precisos-pardais”, para gáudio de uns pândegas
incautos, ignotos e ignaros sobre o mister trânsito e tráfego seguros,
especialmente aos defensores de uma “segurança
pública de vinhetinhas e de vídeo-monitoramentos”, mormente das empresas
que lidam e lucram com suas instalações (com ou sem licitações) fazendo
recrudescer uma monumental indústria arrecadadora (e em nada educadora, como
previra o desiderato teleológico no CTB vigente).
Os
açodados dados estatísticos* trazidos à baila e
antevistos, previstos e prescientes como alvíssaras da eficiência e eficácia “redutora de acidentes e preservadora da
vida-humana”, além de se nos parecerem pífios, tíbios e rasos senão vário
e/ou equívoco, porquanto traduzir
números apenas das vias nas quais estão instalados referidos
“precisos-pardais”, cujas respectivas vias não representam toda nossa capital; bem
como não registram todos os tipos de acidentes, veículos e pessoas envolvidos, os
dias, horas e locais desses referidos acidentes, suas possíveis e eventuais
causas, tampouco o excessivo e exato número de multas registradas, desde seu
retorno de funcionamento; ou não? O que faz-me lembrar do seguinte, a saber: “Alguns
usam a estatística como os bêbados usam postes: mais para apoio do que para
iluminação.” ― Andrew Lang In http://kdfrases.com. Ei-los!
·
*“Vejamos:
·
– De
20 de janeiro a 19 de fevereiro deste ano, nas cinco vias em que os pardais
estão instalados, houve 39 acidentes com 12 vítimas.
·
– De 20 de fevereiro a 20 de
março, este número caiu para 15 acidentes com 3 vítimas.
·
A comparação ainda é
mais favorável aos pardais, quando tomamos como referência o período – sem os
radares – de 20 de fevereiro a 20 de
março de 2016: foram 47 acidentes no total.” (Sic.)
Notem bem: a) em 30 dias (de 20
de janeiro a 19 de fevereiro) nessas cinco vias houve 30
acidentes e 12 vítimas (fatais?
Não se sabe!), e nas outras vias (des)
sinalizadas ou sem os precisos-pardais,
quantos foram os acidentes e quantas vítimas? b) de
20 de fevereiro a 20 de março, o número caiu para 15 acidentes e 3 vítimas (?) c) Pasmem!
“De 20 de fevereiro a 20 de março de 2016: foram 47 acidentes no total” – ora, e as
vítimas? E nos demais meses, com os referidos “preciso-pardais” desligados?
Aumentou ou diminuiu?
Nossa
querida e congestionada, malconservada, esburacada e pouco ou em nada
sinalizada e fiscalizada ou policiada capital, que não pode nem deve ser
examinada, mensurada e avaliada apenas e somente só ou tão somente pelo que é
coletado e retratado dessas vias, mormente desprezando os dados registrados das
demais vias. Ou não?
Sem
querer polemicar e já polemicando ou sendo um velho ranzinza cético, não
estariam usando tais dados mais para apoio
do que para iluminação?
Simples: sem os dados das demais vias desprovidas
dos “precisos-pardais”, que chegam a quase 100% de nossa capital, haja vista
que apenas cinco vias “fiscalizadas pelo preciosos
e “precisos-pardais” não representam toda Maceió, e a eficiência mensurada
em trinta dias não reflete os 365 dias ou doze meses. Outra:
por que o mês carnavalesco como aferidor? Quantos meses ficaram desligados e
inativos e quais foram os números registrados?
Mais ainda: quantas multas foram geradas, aplicadas e
arrecadadas nos respectivos períodos, nessas ditas vias fiscalizadas pelos preciosos e “precisos-pardais”? – o que são 50
ou 100 acidentes, numa cidade com mais de um milhão de habitantes e quase o
mesmo número de veículos, estatisticamente falando; já que valoram tanto os
“números”?
Enfim,
se é à preciosa vida que dizem,
buscam e visam a preservar,
como apregoado, aduzido, alegado e propagado, que sejam instaladas em todas as demais
vias-de-trânsito rápido ou nas principais vias de nossa capital; ou não?
Abr
*JG
P.S.:
Até prova em contrário, dirigir é uma arte, como temos dito repetido e
reiterado! ;) (y)
Nenhum comentário:
Postar um comentário