Joilson Gouveia* |
Nesses tempos de inverdades, quase-verdades e até de pós-verdades - mais um neologismo sinistro dos sestros coletivistas escarlates salvadores do mundo e amantes da humanidade e perpétuos defensores das minorias ou vítimas e excluídos sociais, que jamais mentem tampouco admitem nem reconhecem os fatos, a excelência da realidade, e, portanto, da conjuntura – mendazes usuários das conjecturas segundo suas verves intocáveis de indefectíveis paladinos da ética na política, onde a culpa é sempre dos outros, a saber: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2017/01/os-intocaveis-infaliveis-e.html
Urge
trazer à baila, a lume e à luz o inolvidável lapidar escólio de Mario Ferreira dos Santos in Filosofia e Cosmovisão. Senão
vejamos, a saber:
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“Dessa forma, a
filosofia é a transcendência de todo o saber fragmentário das disciplinas
particulares. Cada uma dessas disciplinas interessa-se por um campo, uma região,
que é o seu objeto.
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E onde todas as regiões
do saber vêm lançar seus raios é na filosofia, o saber mater de todos os saberes, a sublime e nunca suficientemente
louvada Filosofia, cujo brilho os adversário nunc conseguiram empanar.
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Por entre a
multiplicidade dos fatos, tem o homem duas funções intelectivas para entendê-los.
Uma analítica, a intuição, a outra, sintética, a razão.
·
Assim, todas as coisas,
todos os fatos que sucedem, quer do mundo exterior, quer do mundo interior, revelam
o que são em sua singularidade, mas também o que são em sua generalidade.
·
Para conhecer esse universo de fatos
variados e heterogêneos, e para reconhecer o que nele não há de homogêneo e invariante,
a razão e a intuição trabalham juntas como funções organizadoras.
·
Um dos problemas mais
importantes da filosofia coloca-se aqui: é o do conhecimento. Quais são os limites
do nosso conhecimento, como se efetua, qual a sua natureza, etc., todos esses aspectos,
os quais já estudamos, são os grandes problemas que permanecem constantes. Não
interessam apenas à filosofia, pois são propostos e colocados em toda ciência
particular. Dessa forma, a filosofia é constantemente chamada para examiná-los,
por entre os debates dos céticos, dogmáticos, racionalistas e idealistas, o
problema da verdade está sempre presente. Até onde é verdadeiro o nosso
conhecimento?
·
Esta pergunta impõe-se
exigente de respostas. Que
é verdade?
·
Ora, todos sentem que
a verdade é uma identificação entre a representação que temos de um fato e esse
fato. Se o que enunciamos
de um fato corresponde ao fato, diremos que esse enunciado é
verdadeiro.
·
O verdadeiro é o que
se coaduna com esse conceito de perfeição que formamos como uma meta a ser
atingida, cuja exatidão nunca sentimos alcançar, porque é da natureza humana
do conhecimento a insatisfação, que anima o homem a procurar sempre.
·
Não admitimos graus na
verdade, porque a perfeição dela não os admite. O conceito dessa perfeição é sempre
a negação das gradações. Assim, a verdade é o supremo ideal que a razão
busca, e de todas as verdades parciais, todas as verdades que não têm esse
atributo de perfeição, são apenas empregos falhos desse conceito supremo de valor
que damos ao inatingível. Toda ideia de Deus inclui a ideia de verdade.
Nenhum crente atribuiria ao seu Deus uma negação da verdade, por que Deus tem
como atributo a perfeição infinita.
·
Se a certeza muitas
vezes nos satisfaz e nos parece ser a verdade, é que, no conceito de certeza,
damos algumas das mais profundas significações da verdade. A certeza é
apenas uma aparência da verdade, é como este se nos mostra, mas transeunte, passageira.”
– Sic. P126/127.
Diz-nos
mais, a saber: “O problema da verdade é
um problema importante, porque da solução dele temos a solução da luta entre o ceticismo e o dogmatismo.” Daí nosso ceticismo
quanto aos números dados, editados e
enunciados, com fulcro em estatísticas, e divulgados por arautos,
blogueiros e exímios “agentes-de-transformação-social”
em que foram transformados nossos jornalistas da outrora “imprensa-livre”.
Ora,
no mais da vez, os governos quando admitem certos números já o fazem sempre a
menor, reduzidos e muito aquém da realidade
e, portanto, da verdade, os quais
nunca cruzam, não batem nem coadunam ou condizem com os fatos: vejam os casos dos programas sociais das tais bolsas-famílias, por exemplo. Além de fraudes
desbragadamente desmascaradas tanto quanto nos arrendamentos rurais da infinita
reforma-agrária, que somente faz majorar e recrudescer os números de sem-teto e
sem-terra e sem-vergonha.
Abr
*JG
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