Joilson Gouveia* |
Canto, conclamo e prego a liberdade. Mas
não a liberdade da clausura material;
não falo liberdade aos que se enclausuram por seus erros, defeitos delínques e
infracionais, não. Falo da liberdade daqueles e àqueles que não sofrem desse
tipo de prisão, mas insistem em permanecer estáveis, omissos e à revelia de
todo e qualquer modo de ascensão; àqueles que preferem à planície ao topo da
montanha; àqueles que se contentam com seus horizontes limitados pela opressão
e jugo doentio e tirânico de alguns, que se
dizem iluminados, e que têm
inspiração e poder emanados de Deus, significando, destarte, que possui o poder sobre a vida e a morte de seus súditos.
Falo da liberdade que se opõe a todo
custo ao "status quo" da servidão e da escravidão. Regimes
cruéis de há muito abolidos da face da terra dos povos civilizados e urbanos.
Clamo e propago esta liberdade, por
entender que saímos, de há muito, do estado da barbárie e selvageria, e não
admitir, ao limiar do 3.º milênio, que o estado
de direito seja destruído e haja a
prevalência do direito da força sobre a força do direito. Pois, desse modo,
sempre proceder-se-á aqueles ignorantes, diante de um debate, para não perder o
seu jugo.
0 que seria da ciência e da humanidade
se não houvesse contestação aos conceitos e teses por ela apresentados? 0 mundo
seria plano se não fossem a ousadia e audácia dos navegantes. 0 Sistema Solar
seria geocêntrico se não houvesse um Nicolau Copérnico e um Galileu Galilei que
contestassem aquele "status" dos antigos. Por isso, clamo a liberdade contra o feudalismo que
se tenta impor, através de atos tirânicos, ditatoriais, calcados na teoria
do poder divino, teoria esta que levou muitos à guilhotina e ao cadafalso.
Todavia, se este tipo de regime existiu numa época, dia chegou em que foi
destruído, graças àqueles que ousaram em prol da humanidade e da liberdade.
Destarte, a semelhança de Marat, que
rolem cabeças, mas que o objetivo seja alcançado: LIBERTÉE,
IGUALITÉE E FRATERNITÉE!
Quartel em Maceió JUL/91.
Joilson Gouveia – Maj. PM
N. A.:
Texto censurado e proibida sua publicação, enquanto o Autor estava detido e
confinado numa das salas do Estado-Maior, de ordem do déspota, por ter
apresentado "Críticas e Sugestões" ao Comando Geral da PMAL.
Abr
*JG
P.S.:
Reeditado para "rememorar para jamais olvidar”!
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