Joilson Gouveia* |
Ainda
que admirado, respeitado, culto e vetusto literato tupiniquim, o mais astuto,
sagaz, arguto e também mordaz em suas satíricas crônicas, em que pese nutrir
unilateral admiração, consideração e apreço sem preço, somente pela dialética
urbana, civilizada e democrática, é que ouso objurgar, rechaçar e reprochar ao
grande ídolo admirável perspicaz caetés, senão vejamos seu editado veredito,
dito e escrito sobre imputado “enredo de um show”, a saber:
“Há sempre o risco de o protagonista de uma bela e virtuosa história se
transformar em um grande erro humano. Daí, que só deve ser reconhecido como tal
o herói que já morreu. Se vivo, ele ainda pode ser vítima da precariedade
humana da qual não conseguimos nos desvencilhar – a vaidade, inclusive”.
– O que não dizer sobre os “zéróis escarlates” já investigados, processados,
denunciados, julgados, condenados e presos no mensalão e, também e de novo, PTrolão – muito presos na época da indigitada “ditadura”
e, agora, na democracia -, mormente sobre o seu ícone-mor, aquele que se diz o “mais
onesto dessepaiz”?
“Eis um caso clássico: o da prisão do ex-ministro Guido Mantega, uma
estupidez corrigida por quem a cometeu – o juiz Sérgio Moro.
- Estupidez seria não ter tido a humildade de reconhecer, admitir e
corrigir seus erros, falhas, enganos e lapsos, ainda que escorreita a
decretação, sua grandeza exponencial se destaca, pois, justamente, ainda que
por análise abalizada de comiseração,
ao revogar a prisão legal em face da inusitada situação periclitante da enferma
esposa do preso; ou não?
Humilde, magnânimo, digno e justo
aquele que rever seus próprios atos! A falibilidade é inerente ao ser-humano, e
MORO, a despeito de ser tido como o verdadeiro herói nacional, é mais que
humano, de carne, osso e de coração, ao suspender o seu próprio decreto!
O que não ocorre jamais com os comunapteralhistas que sempre culpam aos
outros por seus desatinos, desmandos, erros, falhas e crimes, conforme se lhes
são imputados! Ou não? A culpa é sempre dos outros! DeLLes nunca, jamais e em
tempo algum! Ou dizem: “os outros também
fizeram antes” – como se os crimes dos outros os
absolvessem dos seus!
“No despacho em que devolveu a liberdade ao personagem, o magistrado
disse que Mantega não representava nenhum risco à investigação em curso (por
que prendê-lo, então?). E, apenas superficialmente, se referiu à condição em
que a prisão ocorreu – num hospital aonde a mulher do ex-comandante da economia
de Dilma iria se submeter a uma cirurgia”.
Ora, ora, pois, pois, o
delinquente, o marginal, o meliante, o infrator ou o criminoso há de ser preso
aonde, quando, como, com quem e por quem deva prendê-lo onde quer que seja
encontrado, seja em flagrante delito ou “por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente”, como in
caso.
A lei somente o resguardaria da
prisão se estivesse em seu lar, sua casa, no interior de seu asilo inviolável, desde que no horário
entre as 18:00 horas e 05:00 horas, sendo entre as 05h01 e 17h59, seria preso!
“Este episódio parece, ainda que não seja intencional, a continuidade
do show do procurador Deltan
Dallagnol, brilhante, como o juiz Moro, na função que exerce. Mas que tropeça
facilmente quando sai do quadrado em que tão bem sabe caminhar. São os
especialistas – os dois -, que, como diz o escritor e ensaísta Mario Vargas
Llosa, “vão longe no campo que
dominam, mas não sabem o que ocorrem ao redor e não perdem tempo averiguando os
estragos que provocam em outros ambientes, que não os deles”. Sem grifos
no original.
- Verdadeiro “Show” foi o que fizeram com
nosso Erário, meu caro!
Ah! O assestado por Llosa cairia como luvas às mãos
escarlates, nesses últimos catorze anos; ou não?
Nunca que sabem, nem souberam, nunca
que ouvem, nem ouviram, nunca que veem, nem viram, mormente ao que se passava
ou se passou no seu “quadrado”, nos intestinos do “Poder”! Inclusive até
assinaram sem ler! Estranho, não?
“E cá para nós: de uma função tão complexa – a de procurador ou a de
magistrado – há de se exigir capacidade de raciocínios complexos, para além do
senso comum. Que deixem isto para nós, os jornalistas.
Numa frase, o genial Millôr Fernandes, o nosso filósofo iconoclasta, já
nos alertava que o especialista é aquele que só não é ignorante em uma coisa.
Longa vida à Lava-Jato!
Vida breve à vaidade e à outras misérias humanas”!
-
O inolvidável Millor esteve e estaria corretíssimo se não houvesse jornalistas
“especialistas” em desconstituir, desconstruir,
desvirtuar ou menoscabar e dissimular ou escamotear fatos, realidades, verdades
e conjunturas com suas conjecturas que a nada ignoram e a tudo e de tudo sabem,
mas opinam em tudo e sobre tudo,
ainda não estejam no lugar do fato, do feito, do evento ou do caso, consoante
sua verve!
Enfim
o “império da jararaca asquerosa,
sorrateira, mendaz e mordaz” está arruinado, ruindo e em ruínas ou
literalmente desmoronando
graças ao muito bem assestado por Llosa e acima citado pelo dileto cronista
satírico!
Abr
*JG
Nenhum comentário:
Postar um comentário