Joilson Gouveia* |
Maceió “completou
200 anos” e teve festas alusivas à magna data natalícia bicentenária, mas na
orla marítima, mais precisamente na mais urbana ou urbanizada linda orla
litorânea, para turista ver e se encantar! Maceió teve “esquadrilha da fumaça”
e não só nos céus com os shows dos pilotos, também teve de cantorias, cantos,
coros, prosas e poesias, um festival de ritmos, folguedos, danças e pagodes e até
ganhou de presente mais uma nova praça e mais duas estátuas. Agora teremos
duas: a do centenário e a do bicentenário; serão mais praças e mais estátuas para
amargarem do descaso ou sofrerem de solidão e abandono tanto quanto as demais,
a saber: Deodoro; Sinimbu; Rayol; Pirulito; Gonçalves Ledo, Afrânio Jorge (Faculdade)
e tantas outras mais...
Maceió é só a
orla? Não. Claro que não! Todavia,
pelo que se infere, pois, das vinhetinhas massivas nas (e das) emissoras de tevês,
nas redes sociais e mídia em geral, que muitos se ufanam e se gabam ou se
declaram ardorosos amantes de Maceió, que sentem orgulho de ser alagoano de Maceió
ou dos demais municípios – como eu queria viver nesse “paraíso das águas” e nessa nossa terra
alagoana das vinhetinhas desses mirabolantes marqueteiros exitosos em “vender imagens
surrealistas, maravilhosas, agradáveis e bonitas”! Olhem o Centro e
os demais bairros contíguos e os periféricos!
Na realidade, a despeito
de nossa tão “querida” terrinha caetés ter um dos mais
belos litorais e de a natureza ter sido pródiga em nos ofertar lindas e
paradisíacas praias de areias branquíssimas ou com falésias em tons avermelhados
e brancos e de inúmeras piscinas naturais num mar de mais de cinquenta tons de
azul, desde a foz do agonizante, sofrido, frágil, abandonado e quase moribundo “velho
Chico”, que está a cada dia mais assoreado, seco e suas águas não mais chegam
ao mar como outrora, do Pontal do Peba até a nossa, antes tão linda e natural, Maragogi, já invadida,
poluída e ocupada desordenadamente pela especulação imobiliária quanto nossa Maceió,
quase todo seu litoral já está poluído do lixo plástico dos ambulantes, nativos
e turistas. É fato!
Nossa “querida, amada, cantada e decantada
Maceió” – “Minha Sereia”; “Saudade de Maceió”, “Alagoas”, “Ponta
de Lápis” dentre outras - que, ao meu modo de ver, viver e sentir, nesses mais
de duzentos anos, já mereceria (e ainda merece) receber um melhor tratamento
dos que tanto a amam e dizem amá-la! Ora, até pode parecer que nada sinto por
ela também, que não nasci, nem cresci, nem vivi e ainda vivo aqui, mas nossa
bicentenária já perdeu seus límpidos córregos, riachos e rios de outrora (Salgadinho;
Jacarecica; Prata, Locomoção, Lagoa de Anta, Guaxuma, Casseteiro, Saúde, Riacho
Doce e etc) que derramam suas “águas negras e fétidas” poluídas pelos esgotos
derramados em seus leitos, que deságuam e infestam nossas praias de azul piscina
infectando-as de coliformes fecais acima dos níveis razoáveis, toleráveis e
suportáveis ou aceitáveis e inócuos à saúde humana. Dirão uns: outras cidades
também são poluídas. Direi: não é porque muitos comem merdas que vamos fazer
banquetes de fezes, né?
Maceió carece melhor
ser tratada e urge ter um saneamento básico condigno, adequado e altura de suas
belezas naturais marítimas e de uma rede de tratamento de águas, galerias
pluviais e de esgotos e excrementos humanos sólidos e líquidos, o emissário
submarino está saturado e só atende e suporta menos de 50% de sua vazão
tratativa adequada e despoluente tonando suas praias saudáveis e sem riscos à
saúde dos banhistas e turistas.
Diz o poeta: “quem ama cuida”,
né?
Abr
*JG
P.S.: Nem falei das ruas esburacadas e mal sinalizadas e do
tráfego caótico, mas no Blog tem mais, muito mais. Onde os lindos coqueirais da
Jatiúca, Lagoa de Anta, Gogó da Ema, Sete Coqueiros e etc.? Antes que me
fuzilem, me execrem ou me escalpelem e me insultem, digo-lhes: como era gostoso
mergulhar, nadar e pescar no Salgadinho, na sua foz e na praia da Avenida ou
correr e jogar bola no Sobral, no Trapiche e Pontal. Tempos bons! Bons tempos!
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